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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos)
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos)| Foto: Rogério Cassimiro/Governo de São Paulo

Com o encerramento da janela partidária na última sexta-feira (5), a paisagem política de São Paulo sofreu uma reviravolta significativa. Este período, que permite aos vereadores mudarem de partido sem perder o mandato e aos secretários deixarem o cargo para poderem concorrer às eleições municipais, trouxe uma série de mudanças e evidenciou a força política do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

De um lado, Nunes conta com uma aliança com pelo menos oito partidos que apoiam a proposta de reeleição do nome dele à capital paulista. De outro, Tarcísio conta com a aliança de Gilberto Kassab (PSD), ex-prefeito de São Paulo e habilidoso nas costuras de alianças políticas.

As mais significativas mudanças na janela partidária foram o esvaziamento do número de vereadores do PSDB e o fortalecimento do MDB, com reflexos de mudança nos secretariados municipal e estadual. Na Câmara de Vereadores de São Paulo foram 16 trocas de partido, sendo que o PSDB, que possuía oito vereadores - liderando a Casa, ao lado do PT - passou a não ter nenhum.

A debandada ocorreu principalmente devido à decisão da executiva nacional tucana em não apoiar a reeleição de Nunes à prefeitura de São Paulo.

Sendo assim, o MDB, partido do prefeito de São Paulo, passou a ter o maior número de vereadores no Legislativo paulistano, o que evidencia a aposta dos políticos de que Nunes vencerá as eleições em 2024. Antes com seis cadeiras na Câmara de São Paulo, agora o partido conta com 11 e terá o desafio de manter o número após o resultado nas urnas de outubro.

Por outro lado, o apresentador de televisão José Luiz Datena se filiou ao PSDB na última quinta-feira (4), deixando o PSB, partido ao qual havia se filiado em dezembro de 2023. Um cenário possível é Datena sair candidato como cabeça de chapa do PSDB. A segunda possibilidade aventada é a de Datena ser vice da pré-candidata Tabata Amaral (PSB), que tem se apoiado na expertise do PSDB em São Paulo para montar um programa de governo.

Outro partido que ganhou vereadores em São Paulo foi o PSD de Kassab, passando de três para seis parlamentares.

Secretariado de Nunes passa por mudanças

Três secretários da gestão municipal de Ricardo Nunes deixaram os cargos na prefeitura de São Paulo para disputar vagas na Câmara Municipal nas eleições 2024. Aline Torres, que ocupava a pasta da Cultura; Carlos Bezerra Júnior, responsável pela Assistência e Desenvolvimento Social; e Elza Souza, à frente da Secretaria de Segurança Urbana, optaram por concorrer pelo MDB, partido do prefeito.

Além deles, Marcos Gadelho, que ocupava o cargo de Urbanismo e Licenciamento, pediu afastamento por razões pessoais. Enquanto isso, Eunice Prudente substituirá Aline Cardoso na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho. Aline se dedicará ao plano de governo de Nunes na disputa à reeleição.

As exonerações dos secretários foram formalizadas e publicadas na sexta-feira (5) no Diário Oficial da cidade, consolidando assim a saída desses membros-chave da gestão municipal. Outras mudanças abrangeram a cúpula de órgãos municipais, como a saída de Cesar Azevedo da chefia da SP Urbanismo para ser será candidato a vereador pelo União Brasil. Já Alexandre Silva, ex-presidente da Fundação Paulistana de Educação e Tecnologia, disputará a prefeitura de Jundiaí pelo Solidariedade.

Diferentemente do esperado, o prefeito não optou por acomodar aliados nas pastas, e sim por promover secretários-adjuntos e chefes de gabinetes. Havia expectativa de que o coronel Mello Araújo - indicado por Jair Bolsonaro (PL) para ser vice de Nunes - assumiria a Segurança Urbana, o que não se concretizou.

Secretariado de Tarcísio também é alterado

As eleições também geraram movimentações no secretariado do governador Tarcísio de Freitas em São Paulo. Sonaira Fernandes, saiu para concorrer novamente como vereadora na capital, onde iniciou a carreira política. O lugar dela será ocupado pela deputada estadual Valéria Bolsonaro, do mesmo partido, mantendo assim na pasta o perfil conservador e ligado ao ex-presidente Bolsonaro. Evangélica, Sonaira é muito ligada a Eduardo Bolsonaro (PL), enquanto Valéria Bolsonaro, casada com um primo distante do ex-presidente, é conhecida pela defesa de pautas conservadoras de costumes.

O vereador Gilberto Nascimento Jr. (PSC), ex-secretário de Desenvolvimento Social, deixou o posto e voltará à Câmara Municipal de São Paulo. O sucessor dele ainda não foi definido.

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