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Base de dados do TSE indica que número de candidatos às eleições municipais é o menor desde 2008.
Base de dados do TSE indica que número de candidatos às eleições municipais é o menor desde 2008.| Foto: Luiz Roberto/TSE

O número de candidatos a prefeito, vice-prefeito e a vereadores no Brasil nas eleições municipais de 2024 será o menor desde 2008. Os dados correspondem às estatísticas oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

São 458.247 candidatos a serem escolhidos no próximo dia 6 de outubro, data marcada para a realização do primeiro turno. Em 2008 haviam sido 381.327; em 2012, 482.868; em 2016, 499.977; e em 2020 com as eleições municipais mais disputadas de todos os tempos, 557.678 candidatos.

Do total das candidaturas neste ano, 3,4% (15.431) são para prefeitos e 3,4% para vices (15.571) somando 31.002 postulantes que disputam o comando de 5.569 municípios brasileiros. Brasília não entra nas estatísticas porque não elege prefeito. Os outros 427.245 - 93,22% - disputam as 58.472 vagas para os legislativos municipais. Em todo o Brasil, há uma média de 2,17 candidatos para cada vaga a prefeito enquanto nas disputas por vereador existem 7,29 candidatos por vaga. De todos os inscritos para a disputa neste ano, 45.028 estão em busca da reeleição.

As eleições mais disputadas se concentram na região Sudeste: São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro contam com 176.844 candidatos, dos quais 5.054 disputam a cadeira no Executivo municipal em 1.668 cidades, uma média de 3,03 candidatos por vaga. Outros 166.727 pleiteiam 17.654 cadeiras no Poder Legislativo dos municípios, uma média de 9,44 candidatos por vaga.

Na avaliação entre os estados, o Amapá é o que possui o menor número de candidatos: 1.583. Com 16 municípios, o estado tem 54 candidatos a prefeito e outros 54 candidatos a vice (2,9 candidatos por vaga). Para vereadores são 174 vagas e 1.475 inscritos, o equivalente a 8,48 candidatos por vaga.

No estado de São Paulo é onde está a maior concentração de candidatos: são 77.357, entre os quais 2.065 disputam o comando de 645 cidades (3,2 candidatos por vaga) e 73.233 estão de olho nas 7.047 cadeiras nos legislativos municipais, média de 10,39 por vaga.

A menor concorrência por vaga está com o estado do Piauí, onde estão 8.909 candidatos. Do total, 492 – somados prefeitos e respectivos vices – disputam o comando de 224 municípios, média de 2,2 postulantes por vaga, e outras 7.900 candidaturas entram na disputa de 2.156 vagas nos legislativos municipais, média de 3,67 candidatos por vaga.

O estado onde há a maior disputa por vaga é o Rio de Janeiro. Lá são 11.400 candidatos em 92 municípios, dos quais 379 buscam o comando do Executivo municipal (com vices), correspondendo a uma média de 4,12 candidatos por vaga. Para o cargo de vereador são 16.640 concorrentes para 1.209 vagas, média de 13,78 candidato por vaga.

Queda nas candidaturas é resultado de múltiplos fatores

Para o cientista político Gustavo Alves, a explicação para o menor número de candidatos nessas eleições municipais pode estar em mais de uma vertente, mas reflete diretamente no fim das coligações às chamadas composições proporcionais, ou seja, a união de diversos partidos para disputas a cargos de vereadores. “Além disso, existe uma cláusula de barreira que vai avançando envolvendo uma conta complexa com o quociente eleitoral”, destacou.

Alves pondera que houve uma diminuição no número de partidos nos últimos anos, tendência que deve se manter e refletir nas eleições de 2026. “Há as cláusulas de barreiras e partidos que vinham sofrendo para manter financeiramente suas atividades passaram a compor uma federação partidária, que nada mais é que uma coligação permanente que pode durar por pelo menos quatro anos”.

Para o especialista, a redução no número de candidaturas se reflete também entre partidos menores que se fundiram ou deram origem a outros partidos. “Isso também gerou uma redução no número aptos à disputa”, reforçou.

Outro ponto destacado por Alves diz respeito ao fim do financiamento de empresas às campanhas. “Acaba reduzindo a possibilidade de financiamentos. As doações agora são por CPF e não mais por CNPJ. Há repasses partidários, mas o candidato busca apoiadores pessoas físicas ou acaba custeando parte da própria campanha, respeitando o teto de gastos. Isso também limita muitas candidaturas”.

Além da redução no número global de candidatos, o total de municípios com candidatos únicos às prefeituras é maior que na eleição passada. Serão 214 cidades brasileiras com apenas um candidato a prefeito, enquanto em 2020 esse total ficou em 106.

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