A ministra Cármen Lúcia, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou neste domingo (27) que a Justiça Eleitoral fará uma pesquisa para entender os motivos que levaram à alta abstenção de eleitores nas eleições municipais deste ano.
De acordo com os dados finais da votação, o segundo turno teve uma abstenção de 29,26%, praticamente um em cada três eleitores deixou de votar. No primeiro turno, o não comparecimento às urnas foi de 21,68%.
“Há um aumento de abstenção no segundo turno. Tivemos casos climáticos, outros problemas. Vamos verificar e ver o que podemos aperfeiçoar. Vamos ter que apurar em cada local e trabalhar com os dados”, disse a ministra.
As eleições deste ano registraram a segunda maior abstenção da história, perdendo apenas para o período da pandemia da Covid-19. Naquela eleição em meio às restrições, o primeiro turno teve a ausência de 23,2% dos eleitores e de 29,5% no segundo.
Cármen Lúcia disse que o TSE fará uma pesquisa junto dos Tribunais Regionais Eleitorais para identificar os possíveis motivos e entraves que levaram os eleitores a se ausentarem das urnas.
“Houve município que teve 16% de abstenção, e houve município com 30%”, justificou a ministra ressaltando que o TSE precisará tocar localmente as variáveis que influenciaram a abstenção.
Maiores abstenções
Veja abaixo quantos eleitores deixaram de votar em algumas das capitais que tiveram segundo turno:
- São Paulo: 31,51%, 2,9 milhões de eleitores;
- Belo Horizonte: 31,95%, 636,7 mil eleitores;
- Curitiba: 30,37%, 432,4 mil eleitores;
- Goiânia: 34,2%, 352,3 mil eleitores;
- Porto Alegre: 34,83%, 381,9 mil eleitores;
- Belém: 25,19%, 266 mil eleitores;
A ministra Cármen Lúcia citou como uma preocupação que não se concretizou como era esperado a cidade de Manaus, que o baixo nível dos rios poderia aumentar o índice de abstenção. Lá, no entanto, foi de 23,61% neste segundo turno e de 19,94% no primeiro.
“No Amazonas, onde tínhamos uma preocupação em relação à estiagem, tivemos o menor índice de abstenção do que a gente tinha apurado [na média nacional]. Ali funcionou esse recado dado [pela Justiça Eleitoral] talvez porque a nossa preocupação fosse maior”, pontuou.
Este trabalho de pesquisa do TSE deve durar os próximos dois anos para evitar que algo semelhante ocorra em 2026, ano de eleições majoritárias para presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais.
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