O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, avaliou, num balanço do primeiro turno de disputas municipais, que a ocorrência de assassinatos políticos é um problema relevante, mas associado à criminalidade em geral. Ao comentar pesquisa sobre a escalada da violência no setor, ele disse na tarde deste domingo (15), que, pelas suas informações, os crimes cibernéticos foram os únicos com registros de ligeiro aumento.
O clima de violência foi registrado, por exemplo, durante a votação e horas antes do pleito no Maranhão, no Espírito Santo e na Bahia. Um homem foi morto a tiros numa aglomeração política, neste domingo, no município capixaba de Itapemirim. No sábado, 14, o segurança Alônico Alves Ribeiro, que trabalhava para a candidata a prefeita em Alto Alegre do Maranhão, Nilsilene do Liorne, foi executado por duas pessoas. Ainda na sexta-feira, 13, o candidato a vereador José Cláudio Castro de Souza da cidade baiana de Correntina foi assassinado em frente à sua casa. A polícia Civil descartou latrocínio, assalto seguido de morte.
Monitoramento do Estadão mostra que 95 pessoas foram assassinadas por motivações políticas no País de janeiro para cá sendo 25 candidatas e pré-candidatas a vereador e a prefeito. O ano eleitoral de 2020 é o segundo com mais registros de mortes no setor desde a redemocratização, em 1979. O ministro Luís Roberto Barroso disse que a violência na política é um problema de responsabilidade exclusiva das forças de segurança. Na coletiva da tarde de ontem, ele enfatizou que a Justiça Eleitoral só cuida de "crimes eleitorais", citando boca de urna, compra de votos e fake news.