O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na noite desta quinta-feira (11) que o ato realizado nesta manhã para a leitura da carta da USP foi uma "micareta do PT". O manifesto foi lido na Faculdade de Direito da USP. O mandatário fez uma série de postagens no Twitter criticando a manifestação. "Acredito que a 'carta pela democracia', que foi lida na micareta do PT, teve algumas de suas páginas rasgadas, principalmente nas partes em que deveriam repudiar o apoio, inclusive financeiro, a ditaduras como Cuba, Nicarágua e Venezuela, bem como o controle da mídia/internet", disse Bolsonaro.
A "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros pela defesa do Estado Democrático de Direito" organizada pela USP atingiu 1 milhão de assinaturas nesta noite. "Do contrário, assinar uma carta pela democracia enquanto apoia regimes que a desprezam e atacam os seus pilares tem a mesma relevância que uma carta contra as drogas assinada pelo Zé Pequeno, ou um manifesto em defesa das mulheres assinado pelo Maníaco do Parque", continuou o presidente.
Mais cedo, durante sua live semanal, Bolsonaro já tinha criticado a carta da USP que chamou de "pedaço de papel''. Na transmissão, o chefe do executivo segurava um exemplar da Constituição de 1988. "O Brasil já tem sua carta pela democracia: a Constituição. Essa é a única carta que importa na garantia do estado democrático de direito, mas foi justamente ela que foi atacada pelos que agora promovem um texto paralelo que, para efeitos legais, vale menos que papel higiênico", afirmou na rede social.
Bolsonaro terminou as postagens criticando a esquerda. "Das duas uma, ou a esquerda repentinamente se arrependeu de suas ameaças crônicas à nossa democracia, como os esquemas de corrupção, os ataques à propriedade privada e a promoção de atos violentos, ou trata-se de uma jogada eleitoral desesperada. O golpe tá aí, cai quem quer", concluiu o mandatário.