O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).
O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).| Foto: Clauber Cleber Caetano/PR.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (23) que vai colocar um "ponto final" no "abuso que existe por parte de outro Poder". Sem citar nominalmente o Supremo Tribunal Federal (STF), o mandatário falou sobre a população ter suas "liberdades ameaçadas", mesmo discurso que costuma usar para criticar a Corte.

"Vocês sabem que vocês estão tendo cada dia mais a sua liberdade ameaçada por um outro Poder, que não é o Poder Executivo. Nós sabemos que devemos botar um ponto final nesse abuso que existe por parte de outro Poder", disse o mandatário durante comício em Divinópolis (MG).

Bolsonaro também ressaltou que, se for reeleito, "todos, sem exceção", deverão jogar "dentro das quatro linhas da Constituição". Durante o discurso a seus apoiadores, o chefe do Executivo afirmou também que "ninguém manda na República”.

"O meu governo sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição. Em havendo a reeleição, todos, sem exceção, jogarão dentro das 4 linhas da Constituição. Ninguém é dono de nada aqui. Eu não mando da presidência da República, eu tenho limites. O prefeito não manda na cidade, tem limites. Assim é dentro de cada Poder. Ninguém manda na República, a não ser o nosso povo e a vontade desse povo se fará presente após as eleições em toda a sua plenitude", disse.

O presidente tem feito críticas constantes ao Supremo e a alguns de seus ministros. Na semana passada, por exemplo, Bolsonaro classificou como uma "interferência" da Corte a suspensão do piso nacional da enfermagem. "No meu entender é uma interferência, mais uma interferência do Supremo Tribunal Federal no dia a dia. Não tem nada a ver com finalidade essa questão", afirmou o mandatário.