Mensagens trocadas entre o procurador-geral da república, Augusto Aras, e empresários que teriam defendido um golpe de estado teriam sido encontradas nos celulares apreendidos pela Polícia Federal nesta terça-feira (23). A informação foi divulgada pelo site jurídico Jota, que confirmou o conteúdo do que foi apreendido por fontes da PF, do Ministério Público Federal (MPF) e do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro do Supremo Alexandre de Moraes autorizou a operação realizada pela PF nesta manhã contra oito empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em cinco estados. Moraes determinou a operação da PF sem notificar Aras e a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo o site jurídico Jota, nas mensagens haveria críticas à atuação de Moraes e também comentários sobre a candidatura de Bolsonaro. O conteúdo das mensagens ainda são mantidas sob sigilo, mas teriam virado assunto entre ministros do STF. Aras também atua como procurador-geral-eleitoral.
Um dos alvos da operação foi o empresário Meyer Nigri, da construtora Tecnisa, amigo de Aras. O PGR chegou a citar Nigri em seu discurso de posse. "Não posso deixar de cumprimentar um amigo de todas as horas neste momento em que vivenciamos. E faço uma homenagem especial ao amigo Meyer Nigri, em nome de quem cumprimento toda a comunidade judaica, que comemorou 5.780 anos nos últimos dias", disse Aras na época.
A assessoria de Aras afirmou que ele tem amigos no mundo empresarial e, portanto, há conversas entre eles. No entanto, a assessoria ressaltou que o PGR não trocou informações sobre as diligências policiais sobre a operação e que as mensagens enviadas foram comentários apenas “superficiais”.