O ex-governador gaúcho Eduardo Leite anunciou nesta segunda-feira (13) que vai ser o candidato do PSDB ao governo do Rio Grande do Sul nas eleições de outubro. "Comunico hoje, aos gaúchos e gaúchas, que eu sou pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul", afirmou Eduardo Leite em um evento do partido. "Com muita humildade, eu aceito novamente o desafio de liderar o projeto", completou. Vice e senador da chapa ainda não foram definidos.
Ao seu lado, durante o anúncio, estava o atual governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), vice que assumiu o comando do Palácio Piratini depois que Leite renunciou para tentar alavancar seu nome para a disputa presidencial – um aposta que não deu certo, já que o PSDB nacional decidiu apoiar a pré-candidatura da senadora Simone Tebet, do MDB. Ranolfo foi um dos nomes avaliados pelo PSDB gaúcho para disputar o Executivo estadual. De acordo com Leite, a decisão foi tomada em conjunto com o atual governador.
"Comecei a amadurecer a possibilidade de disputar um novo mandato em janeiro deste ano, a partir de conversas que mostravam a dificuldade de mantermos nossa base unida em torno de outra candidatura. A própria imprensa noticiou apelos de lideranças políticas, sociais e empresariais pedindo para que eu reconsiderasse minha decisão de não disputar a reeleição. Pesquisas mostravam riscos para a continuidade do projeto que representamos. E até adversários, com posições populistas, me fizeram entender que deveria colocar o coletivo na frente do individual, e que era preciso ouvir outras vozes e não somente a minha", afirmou Leite em comunicado à imprensa.
Desde que iniciou sua carreira política como prefeito de Pelotas, Leite se posicionava contra a reeleição. Ele tentou explicar a decisão que agora o leva novamente a disputar a eleição estadual dizendo que mudou de opinião, mas não de princípios. "Eu mudei de opinião, mas não mudei de princípios. Por isso, eu disse que a renúncia [no fim de março] me abria todas as possibilidades, não me retirava nenhuma.
"Foi também a renúncia que me deixou mais confortável para disputar um novo mandato, fora do cargo, fora do poder e sem contaminar a máquina pública. O Brasil deu exemplos de que a reeleição no cargo não é bom caminho, e o mensalão e o orçamento secreto estão aí para provar. Mas o Rio Grande, mais uma vez, dá exemplo de que é legítimo, possível e benéfico separar governo e eleição, governador e candidato, sem usar instrumentos do poder para conquistar votos ou negociar alianças e apoios. Assim como fiz em Pelotas, quando fiquei no governo e minha vice foi disputar a eleição, agora sou eu que disputo a eleição, e meu vice está sendo o excelente governador que se provou desde que assumiu, em 31 de março deste ano. Estar fora do cargo é a única maneira em que eu aceitaria disputar a reeleição. Mudei de opinião, mas não mudei de princípios. Por isso disse tantas vezes que a renúncia me abria todas as possibilidades e não me retirava nenhuma", afirmou o ex-governador gaúcho.