O Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Contas (CNPGC) e a Associação Nacional do Ministério Público de Contas (AMPCON) divulgaram nota conjunta, na quinta-feira (21), para manifestar confiança no sistema eleitoral brasileiro e nas urnas eletrônicas. O posicionamento ocorreu após o presidente Jair Bolsonaro (PL) questionar a segurança do sistema eleitoral brasileiro durante reunião com embaixadores, no Palácio da Alvorada, na segunda-feira (18). As alegações feitas por Bolsonaro contra os equipamentos já foram respondidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em ocasiões anteriores.
“O sistema de votação brasileiro é genuinamente defensor da democracia, porque traz consigo a lisura, a auditabilidade e a agilidade necessárias às eleições, conforme atestado pelos agentes partícipes do processo eleitoral e pelo Tribunal de Contas da União – TCU. Os Procuradores de Contas apoiam a Justiça Eleitoral brasileira, bem como reconhecem a competência e a qualificação de seus membros, responsáveis pela realização de sucessivas eleições livres, limpas e democráticas, as quais conferiram mandatos eletivos a atores políticos de todos os campos ideológicos”, diz um trecho da nota.
No evento com embaixadores, Bolsonaro afirmou que, segundo uma investigação, um hacker teria invadido o sistema do TSE e, por oito meses, teve acesso a "toda a documentação do TSE" e "toda a base de dados". O presidente alegou também que o invasor teve acesso à senha de um ministro da Corte eleitoral, "bem como de outras autoridades".
Mas o TSE tem rebatido essas e outras declarações de Bolsonaro sobre a segurança das urnas. A Corte diz que a tentativa de ataque não violou a segurança dos equiamentos. Cita várias agências de checagem que, com base na opinião de especialistas, afirmam que a invasão de 2018 não implicou em fraude no registro ou contagem dos votos. Da mesma forma, o TSE contesta a afirmação de que um hacker poderia excluir nomes de candidatos das urnas. “Em nenhum momento as urnas eletrônicas são conectadas à internet, nem possuem placa que dê acesso a outro tipo de conexão em rede”, diz o tribunal.