O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos fundadores do PSDB, apoiou o pré-candidato do partido à Presidência da República, João Doria, ao dizer neste domingo (15) que o ex-governador de São Paulo "agiu bem" quando enviou uma carta pública ao presidente da legenda, Bruno Araújo. "Agiu bem o candidato João Doria. Ressaltando que o resultado das prévias deve ser respeitado", escreveu FHC no Twitter.
Nesta carta, publicada na noite de sábado (14), Doria disse que há uma tentativa de golpe contra sua candidatura dentro do próprio partido e que qualquer decisão diferente daquela tomada nas prévias da sigla, que o escolheram como o nome tucano para a disputa à Presidência, poderá ser qualificada como "tapetão". A declaração ocorre nos momentos finais de uma tentativa, até agora frustrada, de unificação de uma candidatura de centro, da qual participam PSDB, MDB e Cidadania.
Os partidos se comprometeram a anunciar um nome só para a disputa ao Palácio do Planalto até quarta-feira (18). Além de Doria, a senadora Simone Tebet, do MDB, tenta emplacar seu nome. O critério de escolha, anunciado na semana passada, será uma pesquisa de opinião quantitativa e qualitativa feita pelo Instituto Guimarães Pesquisa e Planejamento. Doria, na carta, disse que "pesquisas de opinião refletem o momento e não podem servir de guia único para o voto do eleitor, muito menos podem servir para guiar os destinos do partido na eleição".
Desde o ano passado, ele vem sofrendo pressões de correligionários que não o querem como candidato do partido a presidente do país. O ex-senador Aloysio Nunes, por exemplo, chegou a dizer que vai apoiar a candidatura do petista Luiz Inácio Lula da Silva. Ao comentar a declaração de Nunes, o deputado federal Aécio Neves, um dos principais desafetos de Doria no partido, disse que o PSDB falhou em unificar os filiados em torno de um projeto viável.