O candidato ao governo de Minas Gerais, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), afirmou nesta segunda-feira (5) que, caso eleito, pretende acabar com o benefício da isenção do IPVA para as locadoras de veículos no estado, falou sobre o apoio da União para a recuperação fiscal de MG e disse que sua relação com o ex-presidente Lula não é de ocasião.
Kalil foi entrevistado durante uma sabatina promovida pelos jornais Valor Econômico, O Globo, Extra e pela rádio CBN. Nos próximos dias serão entrevistados também os candidatos Romeu Zema (Novo) e Carlos Viana (PL).
Questionado sobre sua ligação com Lula e o PT, Kalil afirmou que não se trata de uma relação de ocasião, que o partido fez parte de seu governo em Belo Horizonte e que, caso eleito, não há chances do ex-governador Fernando Pimentel (PT) ter algum papel sob sua gestão.
“Eu tenho uma relação com o PT desde que eu assumi a prefeitura de Belo Horizonte. Eu tenho e não porque o PT foi meu adversário eleitoral tanto na minha campanha de 2016 quanto na campanha de 2020. Eu não fui ao PT para ter o apoio do partido, inclusive porque durante meu primeiro mandato a bancada do PT foi toda oposição a mim. Essa não é uma relação de ocasião e eleitoral. O PT fez parte do meu governo e foi na Câmara Municipal oposição ao meu governo”, disse Kalil.
"O meu PT é do presidente Lula. Quem me chamou para fazer parte dessa coligação foi o presidente Lula. O ex-governador (Fernando Pimentel) não participou de nenhuma reunião”, afirmou. Qual a chance de o Fernando Pimentel participar do meu governo? É exatamente zero”, afirmou o candidato.
O ex-prefeito de BH disse ainda que quer sentar e discutir com o próximo presidente da República medidas para que o estado não perca autonomia na administração. “Eu vou sentar numa mesa com o presidente Lula, que vai ser o presidente da República, e vou falar que nós vamos recompor a vida do estado, não poder perder a autonomia”, disse.
Ao ser indagado sobre seus planos para reduzir a miséria no estado, Kalil afirmou que pretende acabar com a isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) das locadoras de veículos do estado e, com isso, aumentar em mais de dez vezes o orçamento para o combate à pobreza.
“Você quer uma resposta bem simplória? Se eu tirar isenção de IPVA de locadora de veículos, que vive hoje não é de locação de veículo é de comprar carro sem IPVA e concorrer e fechar as agencias todas da cidade de Belo Horizonte em Minas Gerais, eu passo o orçamento da pobreza do meu estado de R$ 85 milhões para R$1 bilhão. Isso para ser bem simples. Para não fazer esforço nenhum de nada. Agora, gente. O estado quebrado é tratado com o governo federal. Vamos parar de brincar de mágico. De governador bom de cela, que arruma emprego, que põe estado no trilho. Ninguém faz isso não, gente”, afirmou Kalil.
Ao detalhar eventuais planos para a recuperação fiscal do estado, o ex-prefeito de Belo Horizonte afirmou também que não há como resolver o problema sem a ajuda da União. “Nós temos um plano para recuperar um estado: é em Brasília. Se alguém conhece outro plano, se alguém no mundo, qualquer governante, intelectual da Faria Lima, grande empresário, tiver um plano de recuperar o segundo estado da federação sem passar por Brasília, vem cá me ensinar. Não tem a menor possibilidade”, disse Kalil.