O ex-presidente Lula voltou a criticar a classe média brasileira na terça-feira (5), em evento da Fundação Perseu Abramo em parceria com a Fundação Friedrich Ebert, entidade alemã. O encontro teve a presença do ex-presidente do parlamento europeu Martin Schulz. Para o petista, a classe média brasileira ostenta um padrão de vida que não tem na Europa e sugeriu impor limites no consumo desse grupo.
“Nós temos uma classe média que ela é muito, ela ostenta um padrão de vida que nenhum lugar do mundo a classe média ostenta. Nós temos uma classe média que ostenta um padrão de vida, sabe, que não tem na Europa, que não tem em muitos lugares. As pessoas são mais humildes. Aqui na América Latina, a chamada classe média ostenta muito um padrão de vida acima do necessário”, afirmou o ex-presidente.
“É uma pena que a gente não nasce e não tem uma aula: o que é necessário para sobreviver? Tem um limite que pode me contentar como um ser humano. Eu quero uma casa, eu quero casar, eu quero ter um carro, eu quero ter uma televisão. Não precisa ter uma em cada sala. Uma televisão já tá boa”, ironizou. “Eu quero um computador, eu quero um celular, ou seja, na medida que você não impõe limite, você faz com que as pessoas comprem um barco de 400 milhões de dólares e comprem um outro barco para pousar o seu helicóptero. O que faz uma pessoa com um barco de 400 milhões de dólares?, declarou Lula.
O petista disse ainda que a elite brasileira tem mentalidade escravista. "A elite brasileira é escravista. Ela pode ser avançada em um debate em Nova York, visitando Paris. Mas aqui no Brasil a mentalidade dela é escravista. E nós temos que ter coragem de dizer isso", declarou o ex-presidente. “Quando eu fiquei preso eu li muito sobre a escravidão.”