O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), desmentiu a possibilidade de abrir um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro no apagar das luzes de sua gestão. Contudo, isso não muda o fato de que ele ficou visivelmente irritado com a neutralidade de seu partido na disputa pela presidência da Casa e cogita deixar a legenda.
Em reunião com líderes e presidentes de partidos, onde Maia supostamente sinalizou com a abertura de impeachment, o presidente da Câmara se irritou com a falta de apoio de seu partido à candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP).
Em tom de desabafo, Maia teria deixado escapar a ideia de uma retaliação ao governo, dizem lideranças à Gazeta do Povo. ACM Neto, o presidente do DEM, não deu muita atenção às críticas. "Ele se irritou na reunião, falou algumas coisas como revidar 'se [o governo] continuar 'comprando' [o voto de deputados para votar em Arthur Lira (PP-AL)]", diz uma liderança presente na reunião.
Os deputados presentes na reunião entendem que tudo não passou de um desabafo de Maia. Mas eles admitem que, se o impeachment é descartado por ele, uma possível saída do partido não é. "Ele se irritou. Disse até: 'não sei o que estou fazendo no DEM'. O não apoio do ACM [Neto] o irritou muito", afirma outro deputado.