As pessoas beneficiárias (eleitores) receberam antecipadamente bilhetes do tipo “raspadinha”, que davam direito a uma cesta básica. Mais de 300 fichas foram distribuídas.
As pessoas beneficiárias (eleitores) receberam antecipadamente bilhetes do tipo “raspadinha”, que davam direito a uma cesta básica. Mais de 300 fichas foram distribuídas.| Foto: Polícia Federal/Divulgação

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e a Polícia Federal prenderam na terça-feira (27) a gerente de um mercado na zona norte de Macapá por compra de votos. A mulher também exercia a função de fiscal de venda de cestas básicas no estabelecimento.

Segundo a PF, a suspeita distribuía os produtos para a população em troca da promessa de voto em dois candidatos, um que disputa o cargo de deputado federal e outro para deputado estadual. Os alimentos foram comprados pelos dois candidatos e estavam sendo distribuídos no estabelecimento. A PF não informou o nome dos postulantes envolvidos.

“As pessoas beneficiárias (eleitores) receberam antecipadamente bilhetes do tipo “raspadinha”, que davam direito a uma cesta básica. Conduzidos até a Polícia Federal, alguns eleitores informaram que receberam os bilhetes em suas residências, e outros foram abordados na rua, quando era oferecido o vale cesta”, diz nota divulgada pela PF.

De acordo com anotações encontradas pelos investigadores, mais de 300 cestas básicas foram ou seriam distribuídas no esquema, o que configura fortes indícios de compra de votos. Verificou-se que as cestas básicas vendidas no mercado possuem itens e valores diferentes das distribuídas com o intuito de compra de votos. A pena para o crime de compra de votos é de até quatro anos de reclusão, além de cassação do registro ou do diploma do candidato beneficiado e multa.