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O Brasil deve aceitar o convite para ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) mas sem participar do sistema de cotas de produção, segundo o presidente da Petrobras Jean Paul Prates. O país, segundo ele, deve ingressar no grupo com um papel de cooperação e observação das decisões.
A Opep+ é uma espécie de "versão estendida" da Opep, o cartel dos exportadores de petróleo.
"Eles chamam outros países que não têm direito a voto e não são impostas cotas a esses países. Jamais participaríamos de uma entidade que estabelecesse cota para o Brasil, ainda mais com o apoio da Petrobras, que é uma empresa aberta no mercado e não pode ter cota", disse Prates, segundo a agência Reuters.
O Brasil, um dos dez maiores exportadores de petróleo do mundo, recebeu o convite para se tornar aliado da Opep. A proposta está sendo analisada pelo ministro Alexandre Silveira, informou o Ministério de Minas e Energia.
Apesar da posição de Prates e análise de Silveira, a decisão final é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O convite aconteceu em visita da comitiva brasileira, com a presença do presidente e do ministro, ao Oriente Médio para a Cúpula do Clima (COP 28), em Dubai, nos Emirados Árabes.
A Opep foi criada em 1960, no Iraque, para estabelecer uma política comum em relação à produção e à venda de petróleo.
A sigla “Opep+” foi criada a partir da inclusão no grupo de “países aliados”. Eles não fazem parte formalmente da organização, mas participam de debates relacionados ao comércio de petróleo. Entre os aliados estão Azerbaijão, Bahrein, Malásia, México e Rússia.