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O navio oficial da BYD, Explorer NO.1, levou 27 dias para trazer 5.459 veículos do porto de Yantai, na província de Shandong, na China, para o Porto de Suape, em Pernambuco
O navio oficial da BYD, Explorer NO.1, levou 27 dias para trazer 5.459 veículos do porto de Yantai, na província de Shandong, na China, para o Porto de Suape, em Pernambuco| Foto: Divulgação/BYD/bera.digital

Em meio às medidas anti-China adotadas pelos Estados Unidos e Europa, o Brasil ultrapassou a Bélgica e se tornou o maior mercado de exportação de carros elétricos chineses. Em um ano, na comparação de abril para abril, as exportações de carros elétricos puros ou híbridos plug-in da China para o Brasil cresceram 13 vezes.

Os dados são da associação chinesa de automóveis, China Passenger Car Association (CPCA), citada pelo jornal "China Daily".

Para além dos veículos eletrificados, o Brasil também ganhou destaque nas importações de carros chineses em geral. Em abril, ficou atrás apenas da Rússia como o país com mais compradores.

EUA e Europa não querem carros elétricos chineses

O impulso no mercado brasileiro se deve em boa parte às sanções contra a China aplicadas por Estados Unidos e Europa. Enquanto a União Europeia investiga subsídios concedidos no bloco, os norte-americanos temem o monopólio chinês.

Na Europa, as maiores quedas na entrada de carros elétricos chineses entre janeiro e abril foram na registradas na Espanha, França, Países Baixos e Noruega.

Segundo o "New York Times", além de querer dar preferência para a indústria local, os norte-americanos receiam que a China domine seu mercado de carros elétricos. Para assessores do presidente Joe Biden, isso poderia significar desde empresas chinesas rastrearem carros americanos até a dependência comercial, como a de componentes – a exemplo do que aconteceu na pandemia com os semicondutores.

Com a proliferação do vírus da Covid-19, várias fábricas foram fechadas interrompendo o fornecimento destes produtos que são essenciais para várias indústrias, dentre elas, a automobilística. Isso causou atrasos nas entregas e cancelamento de pedidos, gerando uma crise no setor que demorou para ser superada.

Com isso, a China aposta suas fichas em outros mercados, como Austrália, Ásia e América do Sul. Nesse sentido, o Brasil se torna, além de um país relevante para vender internamente, um polo para exportação aos países vizinhos.

Imposto para barrar importação e fomentar indústria local atrai... chinesas

O cenário pode mudar daqui em diante, pois a partir de julho a taxa de importação de veículos elétricos no Brasil vai subir para 18%. E subirá gradualmente até chega a 35% em julho de 2026.

A sobretaxa foi aplicada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a intenção de fomentar a indústria local. Mas adivinhe quem está vindo para o país. Até agora, três companhias chinesas já anunciaram que vão fabricar veículos elétricos no Brasil.

A BYD e a GMW são as duas gigantes do setor com mais tempo “de casa”. Ambas já têm concessionárias em vários estados brasileiros, conhecem o mercado e estão em uma disputa acirrada para fabricar o primeiro carro elétrico brasileiro.

As duas estimam começar a produção ainda neste ano. Segundo o Autoesporte, a GWM prevê iniciar a operação no último trimestre.

Um exemplo da aposta no Brasil é o navio oficial da BYD, Explorer NO.1, que veio pela primeira vez para o continente americano. Segundo a empresa, "para abastecer o mercado nacional, visando atender a alta demanda dos brasileiros pelos carros elétricos e híbridos".

A embarcação com 5.459 veículos viajou por 27 dias a partir do porto de Yantai, na província de Shandong, na China, e chegou nesta terça-feira (28) no Porto de Suape, em Pernambuco.

"O Brasil hoje é o maior mercado para a BYD fora da Ásia. Por isso, a construção da nossa fábrica em Camaçari está em ritmo acelerado. No fim deste ano, começaremos a montar os carros na Bahia e a partir do ano que vem, a BYD vai produzir os carros mais eficientes e tecnológicos em solo nacional", disse Alexandre Baldy, conselheiro especial da BYD, no site da empresa.

A mais recente a anunciar a entrada nessa corrida é a também chinesa Neta Auto. Na mesma estratégia de BYD e GWM, ela vai primeiro conhecer o mercado, vendendo no Brasil três de seus sete modelos através de várias lojas que serão abertas nos principais estados. Depois, pretende fabricar carros elétricos por aqui.

A empresa não detalhou quais serão os modelos, nem datas ou local da fábrica. A expectativa é que entre os veículos que serão importados, a partir do segundo semestre, estejam o esportivo Neta GT, um SUV e um sedã.

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