Em meio à crise instaurada na Petrobras com o embate entre seu presidente, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o preço da gasolina comercializado pela estatal já acumula uma defasagem de quase 20% em relação ao praticado no mercado internacional.
A diferença ocorre em razão do aumento na cotação do barril de petróleo, que subiu cerca de 7% no último mês, e da alta do dólar em relação ao real, que variou 1,95% no mesmo período.
A falta de ambiente político, no entanto, faz com que a chance de um reajuste nos próximos dias seja considerada “zero”, segundo um membro do alto escalão da empresa relatou ao jornal “O Globo”.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), nesta terça-feira (9), o cenário de preços da gasolina no Brasil aponta para uma defasagem média de 16%, chegando a 20% no terminal de Araucária, no Paraná.
A Warren Investimentos calcula um desalinhamento de 19% para o combustível da Petrobras na comparação com o comercializado fora do país. Na média de 30 dias, a defasagem fica em 16%.
Segundo Andréa Angelo, estrategista de inflação da corretora, um aumento de 10% no preço da gasolina na refinaria impactaria em 0,18 pontos porcentuais a projeção do IPCA de abril, atualmente estimada em 0,36%. “Avaliamos que, além da alta do petróleo a defasagem do Real impactou na defasagem da gasolina”, diz.
Em maio do ano passado, já sob a presidência de Prates, a Petrobras anunciou o fim da chamada política de preço de paridade de importação (PPI), pela qual alinhava os valores dos combustíveis em suas refinarias ao praticado por importadores de derivados de petróleo no país.
O último reajuste no preço da gasolina promovido pela estatal ocorreu em 21 de outubro do ano passado, quando o litro do combustível passou de R$ 2,93 para R$ 2,81 nas refinarias.
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