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Conta de luz

Governo adota medidas para segurar aumento da conta de luz em meio à estiagem, mas custo já aumentou

Conta de luz
Medidas ocorrem em meio à estiagem e aumento dos custos de geração de energia no país. (Foto: André Coelho/EFE)

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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que vem adotando medidas para segurar o aumento da conta de luz nos próximos meses por causa da estiagem que atinge boa parte do país. O anúncio ocorreu após questionamento da Gazeta do Povo pela possibilidade de alta das tarifas pelo pedido do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para antecipar o acionamento de termelétricas para outubro.

Isso porque, na terça (20), o órgão enviou ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), do Ministério de Minas e Energia (MME), um alerta sobre o baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, o menor em 94 anos de medições, o que compromete a geração de energia.

O anúncio também ocorre em meio ao alerta de analistas do mercado financeiro para o aumento considerável da geração de energia em termelétricas, em que o chamado Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) de agosto apontou uma elevação em relação à julho.

Ou seja, o aumento do custo de geração de energia acarreta, consequentemente, no repasse da conta para os consumidores. Isso provoca um aumento na inflação e preocupa o governo. A conta de luz é um tema sensível para Lula, que constantemente cobra uma redução ao ministro Alexandre Silveira.

“As projeções da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), até dezembro de 2024, com os dados da semana passada, indicam uma alta mais expressiva do PLD em outubro (e desacelera nos últimos dois meses do ano)”, afirmam os analistas da Warren Investimentos apontando um custo acima de R$ 1 bilhão desde o início de agosto.

Esse aumento, dizem os analistas, é reflexo da elevação da geração de energia nas termelétricas, com destaque para a região Sudeste. Também apontam a possibilidade de se adotar a bandeira amarela de cobrança adicional de tarifa nas contas de luz em setembro e outubro, contra a verde – sem taxa extra – em agosto e de volta em novembro e dezembro.

Em resposta ao questionamento da Gazeta do Povo, o MME informou que tem adotado medidas estratégicas para assegurar o atendimento da demanda de energia elétrica no Brasil, especialmente nos períodos críticos de final da tarde e início da noite, quando a carga é mais alta e a geração solar diminui significativamente.

As ações, diz a pasta, visam também reforçar a capacidade do sistema para enfrentar cenários como dias de intenso calor e baixa geração eólica.

As análises do ONS indicam um aumento expressivo na capacidade de atendimento dos requisitos de potência, embora, diz o ministério, esses dados estejam baseados em “simulações conservadoras” que consideram condições adversas.

Medidas adotadas para segurar a conta de luz

Entre as medidas adotadas pelo MME com o CMSE para segurar o aumento da conta de luz está a flexibilização da operação das Usinas Hidrelétricas Jupiá (MS) e Porto Primavera (SP), autorizada em março de 2024. Essa mudança visa acumular mais água nos reservatórios de cabeceira, utilizado para atender à demanda máxima do sistema.

Outra iniciativa foi a recomendação à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para antecipar a operação da Usina Termelétrica (UTE) Termopernambuco, que inicialmente estava prevista para iniciar o suprimento em julho de 2026, mas deverá se tornar disponível nos próximos meses. Esta foi um dos alvos do pedido do ONS ao CMSE para começar a operar em outubro.

Além disso, em julho de 2024, o MME notificou todos os agentes termelétricos no Brasil para que se preparem para um possível aumento na necessidade de despacho de energia no segundo semestre de 2024. Paralelamente, o ministério negociou com o Paraguai para elevar temporariamente o nível de água de Itaipu, com o objetivo de aumentar a capacidade de entrega de energia ao setor elétrico brasileiro.

Outra medida foi a solicitação para que térmicas merchant, que operam sem contrato, estejam prontas para atender às demandas do sistema, se necessário. O MME também considera a possibilidade de reprogramar a manutenção de ativos termelétricos, incluindo a usina nuclear de Angra, desde que todas as normas de segurança sejam respeitadas.

Ainda sobre o questionamento da Gazeta do Povo, o Ministério de Minas e Energia garantiu que continuará monitorando de perto as condições do sistema elétrico nos próximos meses, “buscando garantir o pleno atendimento das necessidades do sistema elétrico brasileiro”.

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