Ministro Alexandre Silveira defendeu retomada das obras da usina nuclear Angra 3| Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados
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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a retomada das obras da usina nuclear Angra 3, localizada em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Iniciada em 1984, a construção do complexo custou até agora R$ 7,8 bilhões, e apenas 65% das suas obras concluídas.

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"Nós precisamos, infelizmente, assimilar os custos que tiveram a paralisação dessa obra e precisamos concluí-la. Não vamos carregar, em sã consciência, aquele mausoléu para servir de visitação pelo mundo enxergando aquilo ali como um fracasso de gestão do governo brasileiro. Aquilo ali vai ser um sucesso", disse Silveira em audiência pública na comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi contratado pela Eletronuclear para realizar um estudo sobre a modelagem técnica, financeira e jurídica do projeto. Este documento será base para o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para decidir sobre a continuidade das obras na usina.

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Ao declarar que se posicionará a favor da conclusão das obras na reunião terá com o CNPE, o ministro acabou antecipando sua postura a favor da finalização das obras de Angra 3 antes mesmo de o estudo ser apresentado.

Estimativas do Tribunal de Contas da União (TCU) mostram que, se Angra 3 for concluída e começar a funcionar, custará, em média, cerca de R$ 43 bilhões a mais do que outras opções de energia. A Eletronuclear, subsidiária da ENBPar, estatal criada para gerir Itaipu e Eletronuclear após a privatização da Eletrobras, rebateu dizendo que o número é de um estudo preliminar e não pode ser considerado oficialmente.

O projeto já foi interrompido várias vezes ao longo das últimas décadas, entre elas, por investigações de desvio de dinheiro, conforme a Operação Lava-Jato.

Angra 3 é a terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) e é chamada de gêmea de Angra 2 por terem a mesma tecnologia alemã. Além das duas, o complexo também abriga Angra 1.

Angra 1 gera 640 megawatts de potência, o que dá para suprir uma cidade de 2 milhões de habitantes, como Porto Alegre. Já a usina 2 opera com cerca do dobro de potência, de 1.350 megawatts, o suficiente para levar energia a um cidade como Belo Horizonte.

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A estimativa é que Angra 3 terá capacidade de 1.405 MW, o suficiente para atender 4,5 milhões de pessoas, que é o equivalente a 60% do consumo do estado do Rio e 3% do consumo do Brasil.