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Nesta sexta-feira (17), o ministro de Minas e Energia, Alexandre da Silveira, defendeu a volta do horário de verão e descartou racionamento de energia até o fim deste ano.
O receio de desabastecimento decorre do aumento da demanda de energia ocasionado pela onda de calor que tem atingido alguns estados.
Para Silveira, o horário de verão deve ser encarado não só pelo viés energético, mas também pelo seu impacto na economia.
"Há um impulso econômico em alguns setores. Então, eu tenho defendido junto ao MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), à Economia, que a gente possa olhar o horário de verão de uma forma mais holística, mais ampla. É importante para o Brasil, mesmo que nós tenhamos um momento de segurança energética como hoje, quando ela (a mudança nos relógios) impactar positivamente a economia. Tenho feito reiteradas reuniões a fim de que, mesmo não tendo necessidade energética, se avalie no governo a possibilidade de estimular a economia com a possibilidade do horário de verão", disse o ministro durante entrevista concedida ao programa Em Ponto, da Globonews.
Ao falar sobre os impactos da onda de calor no setor energético, Silveira disse que a seca histórica que castiga a região da Amazônia está diminuindo a intensidade e que, no resto do país, os reservatórios do setor elétrico estão operando com níveis confortáveis.
“Chegamos ao final do ano mantendo nossos reservatórios cheios, por isso não temos risco de racionamento e de falta de energia”, garantiu o ministro.
Silveira ainda informou que o governo pretende leiloar energia térmica para reforçar o Sistema Interligado Nacional (SIN). De acordo com o ministro, o objetivo é ter uma reserva de termelétricas para garantir o atendimento em 2024.
“Estamos na fase de planejamento para fazermos leilões de reserva de capacidade de térmicas na ponta, para que, no próximo ano, a gente entre com essa tranquilidade energética do ponto de vista da carga, mas também com a segurança na ponta”, disse Silveira.
Semana passada, o Sistema Interligado Nacional (SIN) atingiu o patamar de 100.955 megawatts (MW), um recorde na demanda instantânea de carga.
O recorde de consumo de energia foi atribuído à nova onda de calor que atinge, principalmente, as regiões Sudeste e Centro-Oeste do país. Dados meteorológicos apontaram uma alta média de, pelo menos, 5ºC por um período de cinco dias nessas regiões.
“O Brasil vive um momento muito auspicioso na questão da geração de energia. Precisamos de energia de reserva ou firme, que vem das nossas hidrelétricas e das térmicas. Principalmente as térmicas, que atendem na ponta, por isso trabalhamos firmemente este ano para fazer esse equilíbrio de segurança energética e modicidade tarifária”, completou Silveira.