Os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa, em evento na quarta-feira (3): os dois manobram para a troca de comando na Petrobras, segundo relatos de bastidores.| Foto: Ricardo Botelho/MInfra
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Não é de hoje que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, têm suas divergências e se contradizem publicamente dentro do governo Lula. As diferenças, no entanto, se intensificaram nas últimas semanas a ponto de a briga interna trazer contornos cada vez mais reais para a troca de comando da estatal.

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O ministro afirmou na quarta-feira (3) que a eventual troca depende do presidente: “O presidente da Petrobras é um cargo do presidente da República, todos sabem disso", disse Silveira na quarta-feira, no evento de assinatura de contratos de transmissão de energia do leilão de 2023, segundo o "Valor Econômico".

Prates e Silveira estão à frente de cadeiras que são peças-chave para a transição energética, uma das bandeiras do terceiro mandato de Lula.

O ministro reconheceu os debates intensos em entrevista à "Folha de S.Paulo", mas suavizou o tom: “Sempre tive debates acalorados, verdadeiros. Mas debates transparentes sobre o que eu, como governo, defendo na Petrobras; e o presidente da Petrobras, naturalmente [defende] como presidente de uma empresa. Os papéis são diferentes. Por isso há um conflito”, disse.

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Lula mantém silêncio em meio a ataques ao presidente da Petrobras

Silveira e Prates travam embates desde o ano passado. Recentemente, divergiram sobre os dividendos extras da Petrobras e o papel do biodiesel no projeto de lei “Combustível do Futuro”, que define metas verdes para o setor.

Lula não se posicionou oficialmente ainda sobre o tema do biodiesel, porém, seguiu a opinião de Silveira de reter o pagamento dos dividendos extraordinários. Na segunda-feira (3), criticou o que chamou de "lucros exorbitantes" da Petrobras e a postura do mercado sobre os dividendos: "Não podemos admitir que a Petrobras tenha um único e exclusivo objetivo de ter lucros exorbitantes para poder distribuir aos seus acionistas", afirmou à GloboNews.

O ministro diz que a gestão da Petrobras deve ser respeitada. No entanto, se esquiva quando questionado sobre a avaliação do comando da Petrobras: “Deixo a cargo do presidente da República”, disse à "Folha" nesta quarta.

Incomodado com a situação, Prates teria pedido uma audiência com Lula para definir sua situação, segundo noticiaram os jornais "O Globo" e "Folha de S.Paulo" e o site Poder360. Conforme os relatos, o executivo não descarta pedir para sair do cargo, mas espera que Lula se posicione.

Prates se queixa dos ataques que sofre não só de Silveira, mas também do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. Conforme relatos de bastidores, este também estaria manobrando desde o ano passado para trocar o comando da Petrobras.

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Prates tem aliados no governo, como lideranças no PT. Por outro lado, já há nomes sendo cotados para substituí-los, o que evidencia cada vez mais as rusgas internas do governo.

Aloizio Mercadante, atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) seria um deles, segundo a jornalista Raquel Landim, da CNN.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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