O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou ao governo federal uma avaliação preocupante sobre as condições de fornecimento de energia no país. Segundo o órgão, os cenários para o período entre outubro de 2024 e março de 2025 indicam grandes incertezas quanto ao início do período de chuvas, crucial para a recuperação dos reservatórios das hidrelétricas.
Apesar de algumas previsões indicarem um aumento no volume de precipitações a partir da segunda quinzena de outubro, o ONS alertou que a estiagem severa que atingiu o Brasil nos últimos meses trouxe grandes desafios. As primeiras chuvas precisarão, inicialmente, saturar o solo para que ele recupere sua umidade. Somente após isso, seria possível observar uma recuperação significativa nos níveis dos rios que alimentam as hidrelétricas.
O ONS apresentou dois cenários prospectivos sobre a energia natural afluente – o volume de água que chega às hidrelétricas por meio dos rios, um indicador essencial para a geração de energia. Em ambos os cenários, as projeções para os próximos meses ficaram abaixo da média histórica:
- Cenário positivo: 96% da média histórica.
- Cenário negativo: 81% da média histórica, que seria o 10º pior em 94 anos de registros.
Quanto aos níveis de energia armazenada, ou seja, o volume de água nos reservatórios ao final de março de 2025, as projeções também preocupam. No cenário otimista, os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste teriam um aumento de 13,8 pontos percentuais em relação a março de 2024. No cenário pessimista, os níveis seriam 23,4 pontos percentuais menores.
- Cenário positivo: 85,2% de energia armazenada.
- Cenário negativo: 50,8% de energia armazenada.
Medidas Emergenciais
No curto prazo, os dados analisados pelo ONS indicam uma contínua queda nos níveis dos reservatórios nos próximos três meses, o que agravará as condições de geração de energia. A previsão é de que a recuperação desses volumes só comece em janeiro de 2025.
O ONS também destacou que o atendimento elétrico nos horários de pico, entre 18h e 20h, será especialmente desafiador nos meses de novembro e dezembro, quando a demanda atinge seus níveis máximos.
Para enfrentar essa crise, o ONS sugeriu ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) a adoção de medidas emergenciais, que foram aprovadas. Entre as ações estão:
- Despacho mais intenso de usinas termelétricas.
- Maior importação de energia.
- Flexibilização das regras operativas das usinas.
O uso intensificado do parque termelétrico demandará que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) adote medidas para garantir o fornecimento adequado de gás natural, essencial para a geração de energia no Sistema Interligado Nacional.
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