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A Petrobras está avaliando recomprar parte da Refinaria de Mataripe, na Bahia, vendida há dois anos ao fundo de investimentos árabe Mubadala Capital.
A estatal informou nesta sexta-feira (22) que "recebeu comunicação da Mubadala Capital propondo a formalização de discussões recentes sobre a formação de potencial parceria estratégica".
"A iniciativa tem como escopo negócios voltados ao refino tradicional, bem como o desenvolvimento de uma biorrefinaria, ambas no estado da Bahia", diz a nota da Petrobras.
De acordo com a estatal, o objetivo da futura parceria é fortalecer o ambiente de negócios no setor e o incremento do fornecimento de combustíveis de matriz renovável no Brasil.
“O modelo de negócio a ser analisado levará em consideração investimentos futuros e desenvolvimento de novas tecnologias em conjunto com a Mubadala Capital”, diz petroleira.
A Refinaria de Mataripe tem capacidade de processamento de 333 mil barris por dia e seus ativos incluem quatro terminais de armazenamento, além de um conjunto de oleodutos que interligam a refinaria e os terminais totalizando 669 quilômetros de extensão.
O projeto de biorrefino integrado, por sua vez, contempla a construção de plantas de produção de diesel renovável e querosene de aviação sustentável a partir de óleo vegetal oriundo de culturas nativas, com operação nos estados da Bahia e Minas Gerais.
Em 2021, a Refinaria de Mataripe foi vendida pelo governo Bolsonaro para a Acelen, empresa do fundo Mubadala Capital. O Mubadala é o braço de investimentos do fundo soberano de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem defendido a recompra das unidades de refino privatizadas pela estatal nos últimos anos.
“A Petrobras deve avaliar recomprar a RLAM [como era conhecida anteriormente a Refinaria de Mataripe]. É um ativo histórico e que fez parte da estratégia de desmonte do Sistema Petrobras e nunca deveria ter sido vendido”, disse o ministro em setembro.
A Petrobras disse nesta sexta que “avaliará a aquisição de participação acionária nestes ativos”.
“A proposta ainda será objeto de avaliação interna pela Petrobras. A companhia também esclarece que eventuais decisões de investimentos deverão, dentro da governança estabelecida na Petrobras, passar pelos processos de planejamento e aprovação previstos nas sistemáticas aplicáveis”.