O preço médio dos carros 100% elétricos à venda no Brasil caiu em média 10% em pouco mais de três anos. No mesmo período, os híbridos ficaram 8% mais caros. Enquanto isso, os preços dos automóveis a combustão (gasolina, flex, diesel) dispararam 31%.
Os dados se referem ao período entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2024. Eles constam do 5.º Relatório AutoAcrefi, realizado pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento, em parceria com a Cox Automotive.
Apesar desse barateamento dos veículos elétricos no longo prazo, resultado da chegada de modelos mais em conta e do aumento da competição, o preço médio voltou a subir – e com força – neste começo de ano.
Na passagem de janeiro para fevereiro, os elétricos ficaram quase 20% mais caros, conforme a mesma pesquisa. Há duas razões principais: o retorno do Imposto de Importação, após anos de isenção, e a chegada de lançamentos de luxo, que puxou para cima o preço médio.
Por determinação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a taxação de híbridos e elétricos subirá gradualmente conforme o modelo, chegando a 35% em julho de 2026 – que é o imposto cobrado dos importados movidos a combustão. No primeiro mês deste ano, o imposto do elétrico passou de 0% para 10%. O do híbrido plug-in passou para 12% e do híbrido leve, para 15%.
"Iniciamos 2024 com uma expectativa de alta de preços de híbridos e elétricos devido ao retorno da cobrança do Imposto de Importação. A chegada dos carros elétricos de luxo ao mercado brasileiro contribuiu para essa tendência, impactando diretamente o preço médio dos veículos elétricos novos”, disse em nota Filipe Pena, diretor-executivo da Acrefi.
No começo de 2021, os carros elétricos custavam R$ 518,8 mil, na média simples de preço de todos os veículos à venda no país, segundo o levantamento. Em janeiro deste ano, o preço médio chegou a ficar abaixo de R$ 400 mil, mas, após um aumento de 19,7%, subiu para R$ 466,7 mil em fevereiro. Com isso, os veículos 100% elétricos voltaram a ter preço médio mais alto que os híbridos, após alguns meses abaixo.
Os híbridos, que em janeiro de 2021 custavam em média R$ 389,8 mil, passaram a R$ 421,7 mil em fevereiro de 2024, segundo a pesquisa. Os automóveis a combustão, por sua vez, subiram de R$ 206,2 mil para R$ 270,9 mil no mesmo intervalo.
Apesar do aumento de preços notado no início do ano, o diretor da Acrefi observa que as perspectivas melhoraram para quem vai financiar a compra, por causa da relação da taxa básica de juros (Selic).
"Além disso, também o novo Marco Legal das Garantias, sancionado em outubro de 2023, que estabelece a retomada do bem de forma extrajudicial quando o consumidor está inadimplente. Esse processo é mais rápido e eficiente, melhorando as garantias e impulsionando o mercado de crédito", diz Felipe Pena.