Passagem aérea deve subir à medida que combustível fique mais “limpo”. O chamado SAF custa até cinco vezes mais que o QAV usado hoje.| Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Gazeta do Povo
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Os preços das passagens áreas devem aumentar ainda mais daqui em diante à medida que a descarbonização avançar. Isso porque há um descompasso entre a pressa das companhias em reduzir suas emissões de carbono usando o combustível de aviação sustentável (SAF) e quantidade atualmente produzida dele.

A pressão para atingir metas zero de emissão e a disponibilidade limitada do SAF tornam este tipo de combustível "verde" mais oneroso às empresas. Além de o SAF ser até cinco vezes mais caro que o querosene a aviação (QAV) – derivado do petróleo, que atualmente abastece as aeronaves –, a despesa com combustível é o item que mais pesa na operação na aeronave: cerca de 40%.

Willie Walsh, diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, representante das empresas aéreas), avisa que esse custo chegará ao consumidor.

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“As companhias aéreas continuarão a fazer tudo o que puderem para manter os custos sob controlo, tanto quanto possível, para o benefício dos consumidores. Mas acho que não é realista esperar que as companhias aéreas possam continuar a absorver todos os custos. ... Não é algo que gostamos de fazer, mas é algo que temos que fazer”, disse Walsh em encontro anual da entidade, em Dubai, nos Emirados Árabes, segundo a Associated Press.

O executivo acrescenta que à alta dos preços somam-se a inflação mundial e as dificuldades ainda não totalmente superadas que o setor enfrenta após estragos causados pela paralisação durante a pandemia.

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Walsh criticou também as taxas "verdes" atuais. Para ele, os impostos para forçar as empresas a chegarem às emissões zero não contribuem para a descarbonização.

“Quando uma política falha claramente, especialmente quando os custos superam os benefícios, os reguladores devem ter a coragem de parar e mudar rapidamente de rumo”, disse ele, segundo o jornal britânico "The Guardian".

O SAF é produzido a partir de fontes renováveis como biomassa, etanol e até mesmo algas, e emite entre 70% e 90% menos gases de efeito estufa que o QAV.

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