• Carregando...
Associações do setor aéreo pedem prazo mínimo de 180 dias para adaptação do horário de verão.
Associações do setor aéreo pedem prazo mínimo de 180 dias para adaptação do horário de verão.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Associações do setor aéreo divulgaram nesta terça-feira (24) uma nota demonstrando "preocupação" com a possibilidade do retorno do horário de verão por parte do governo federal. Recentemente, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou e o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou a volta do horário de verão para reduzir o consumo de energia no país.

O principal argumento das associações gira em torno da falta de tempo hábil para que as empresas possam se adaptar à nova configuração de horários. Com mais de 40 empresas aéreas operando no Brasil, um prazo insuficiente entre o anúncio do horário de verão e sua implementação resultaria em mudanças nos horários de voos, afetando cidades que não aderem à nova hora legal de Brasília.

Segundo as associações, "as alterações nos horários de chegada e partida podem gerar desconexões de voos, atrasos, perda de embarques e até mesmo complicações na reacomodação dos passageiros, uma vez que os horários de voos já foram previamente definidos e comercializados com grande antecedência, especialmente para o período de alta demanda, como as festas de fim de ano".

"O impacto se estende também às tripulações e aos aeroportos, que enfrentam restrições na alocação de novos slots (espaços de tempo para decolagens e pousos). A mudança abrupta no horário pode afetar a escala de trabalho das equipes e criar uma sobrecarga em aeroportos já operando no limite de sua capacidade", ressalta as associações na nota.

Por isso, as associações pedem que, caso o governo opte pelo retorno do horário de verão, haja um prazo mínimo de 180 dias entre a publicação do decreto e a entrada em vigor da nova hora oficial. Isso permitiria uma adaptação mais eficiente e reduziria o impacto sobre a conectividade do país e a experiência dos passageiros.

Além de destacar o papel do setor aéreo na conectividade e crescimento econômico do Brasil, as associações se colocam à disposição do governo para colaborar com o que for necessário, reiterando que a antecipação e o planejamento adequado são essenciais para evitar transtornos para os usuários e prejuízos ao setor.

A nota foi assinada pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), a International Air Transport Association (IATA) e a Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (JURCAIB).

Governo quer horário de verão ainda neste ano

Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a decisão sobre o retorno do horário de verão será tomada em dez dias. A expectativa do governo é que o horário de verão entre em vigor depois do segundo turno das eleições, no final de outubro.

A retomada vem sendo defendida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Nesta terça (24), o órgão divulgou estudo indicando que a mudança nos relógios pode trazer uma economia de até R$ 356 milhões com combustível de termelétricas.

O horário de verão foi extinto em 2019, no primeiro ano da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após conclusão de que o sistema de adiantamento de horas não reduz o consumo de energia. Pelo contrário, aumenta.

Segundo nota técnica do próprio Ministério de Minas e Energia à época, o horário de verão de 2018/2019 implicou no aumento da carga brasileira de energia elétrica da ordem de 0,7%.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]