Camboja. Tanzânia. Letônia. Jordânia. Se antes esses nomes pareciam cenários de contos, lugares inalcançáveis ou que, no máximo, constavam apenas nos roteiros de turismo considerados mais exóticos pelas agências, hoje eles estão logo ali. Não porque a distância geográfica tenha diminuído. O que mudou, nos últimos anos, foi a facilidade de encontrar tanto informações como serviços de compras e reservas para viajar até eles. Mas como é possível acessar essas informações e se comunicar com o outro lado do mundo em khmer, suaíli, letão ou árabe? A resposta é simples: não precisa, basta o inglês.
“São pouquíssimos os países hoje no mundo que têm relevância turística onde o inglês não se tornou uma segunda língua. Leste Europeu, por exemplo, países em que até dez, quinze anos atrás o inglês ainda era uma língua muito difícil de se virar, as novas gerações já falam porque, depois da abertura da cortina de ferro, a língua inglesa passou a ser ensinada nos colégios. Na Ásia é dominante também: lugares com mais turismo têm pessoas que falam inglês em todos os pontos turísticos, nos hotéis... Com exceção de alguns países da África, que não tiveram colonização inglesa, em qualquer outro lugar o inglês é a segunda língua”, afirma o coordenador nacional do curso de turismo da Universidade Estácio, Carlos Eduardo Leal Guimarães.
O inglês começa a ser útil muito antes da sala do embarque. A língua é um facilitador importante na hora de buscar informações sobre os destinos menos óbvios. A internet trouxe com ela uma fonte quase infindável de informações sobre roteiros, passeios, opções de hospedagem, alimentação, entre tantas outras. “Todos os guias mais importantes do planeta são em inglês, são guias muito mais completos do que em português. Principalmente para lugares aonde o brasileiro não vai tanto. Se sair desse circuito mais lugar comum – como as grandes capitais europeias ou grandes centros nos Estados Unidos – você encontra uma bibliografia muito mais completa em inglês”, avalia o professor.
O casal Themys Cabral e Robert Nespolo começou a “gastar o inglês” durante os preparativos para a viagem de volta ao mundo que realizaram há dois anos. Para fazer as reservas antecipadas de hospedagem ou transporte, um inglês básico servia. Mas informações imprescindíveis, como alertas de segurança ou de saúde sobre os países menos tradicionais que planejavam conhecer, estavam em sites estrangeiros como o “Foreign Travel Advice”, do governo britânico, ou do CDC (Departamento de Saúde e Serviços Humanos) americano.
A engenheira química Valdísia Lima Cardeal de Miranda morou dois meses na China este ano e foi a responsável por organizar os passeios que a família faria por lá. “Os sites de turismo chinês tinham tradução para o inglês apenas. Então todas as reservas de trem, passeios, comunicação por e-mail e WeChat (o Whatsapp deles) eram feitas em inglês”, conta.
A independência do viajante
Uma vez em solo estrangeiro, só o inglês resolve. “Era a nossa língua. Sem medo de estar exagerando, eu digo que o inglês é a língua do turismo. É com ela que você vai conseguir se comunicar em todo o mundo. Talvez não com todas as pessoas, mas vai se virar sempre que encontrar alguém que fale o básico. Em países exóticos, a gente tentava aprender de antemão “por favor” e “obrigada” na língua local, mas já em seguida mandava o inglês. Quem trabalha com turismo nestas regiões sabe o mínimo. Em alguns países, mesmo pouco desenvolvidos, você até se surpreende com o número de pessoas que falam”, conta a jornalista Themys.
O Casal Sem Cep – nome que Themys e Robert levavam durante a aventura que durou um ano – passou por 33 países. Ela conta nos dedos aquelas poucas vezes em que não se fiaram no inglês: algumas partes da China, países de língua espanhola (por opção de usar o espanhol) e uma tribo de nômades no meio do deserto da Jordânia.
Já a China que Valdísia explorou só foi possível por causa do idioma anglo-saxão. “Nos passeios turísticos, apenas o inglês era falado. Então toda comunicação com o guia turístico era em inglês e por vezes era difícil entendê-lo por causa das pronúncias e do sotaque forte”. Hospedada em apart hotel, também se comunicava com os funcionários na língua inglesa.
“Se você fala inglês, tem muito mais independência para montar uma viagem e adquirir experiência nisso sem depender de uma intermediação de um guia ou de uma agência. Quanto mais ele dominar o inglês, mais independente ele fica, ele consegue ir para qualquer parte do planeta. Se ele não fala, fica realmente limitado”, acrescenta o professor Guimarães.
O roteiro de Themys incluía países em que o nem mesmo o alfabeto é o mesmo que do português, como Japão ou países árabes. “A maior parte dos lugares você sempre encontra uma referência em inglês. Em lugares como Camboja, Tailândia, Rússia, você tem que ficar lendo desenhos, comparando... Cardápio, por exemplo, quase sempre tem uma versão para turista. Só tem que ficar atento porque o cardápio para turista às vezes tem os preços mais caros”, alerta.
Se soltar
Se em países anglófonos puxar um inglês enferrujado pode ser intimidador, com falantes não nativos não há motivo algum para senti vergonha. “Eu tinha feito cinco anos de cursinho de inglês, só que me sentia muito travada, com medo. A viagem foi ótima para me soltar, porque comecei a usar no dia a dia. Eu tinha muito medo de falar errado e passar vergonha. Mas percebi que as pessoas querem se comunicar, que ninguém está ali para ficar me avaliando. Então a partir do momento que eu coloquei a cara a tapa, foi ficando mais fácil”, incentiva.
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