Motivo de orgulho do futebol paranaense, a passagem da Copa do Mundo por Curitiba caminha em progressão geométrica ao esquecimento. São poucas as lembranças das duas partidas ocorridas no Durival Britto. Nem mesmo o Paraná, proprietário do estádio, guarda histórias e documentos sobre o ocorrido em 1950.

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"Deveríamos ter um memorial sobre a Copa em Curitiba. Mas é difícil. Antigamente, quando tudo aconteceu, não se pensava tanto em preservar os acontecimentos. Hoje, com tanta tecnologia, tudo seria mais fácil", lamenta João Maria Barbosa, administrador do museu que fica dentro da sede da Vila Guaíra e ex-jogador do Ferroviário e Água Verde – braços que deram origem ao Tricolor.

Em uma folha de papel, esse senhor de 84 anos, 18 deles dedicados a resgatar o passado de todas as agremiações que deram origem ao Paraná, guardou um dado importante: o preço dos ingressos para ver Espanha 3 a 1 nos Estados Unidos (25/6/50) e Paraguai 2 a 2 com a Suécia (29/6/50).

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"A numerada custava 120 cruzeiros. Uma barbaridade de caro. Tanto que nem estava lotado, mas a renda foi recorde. A arquibancada era 40, sendo que um jogo normal da época valia menos de 10", conta o pesquisador, que acompanhou in loco os confrontos. "Mais por curiosidade", confessa. O primeiro duelo, estima-se, teve 9 mil espectadores; o segundo, 8 mil.

O jornalista Aloar Ribeiro, que tinha 20 anos durante a Copa e dava os primeiros passos como repórter pelo extinto jornal Paraná Esportivo, também tem algumas lembranças do evento.

"A Fúria, a Espanha, era um espetáculo", conta.

"Eu vi os confrontos naquela entrada do vestiário, onde tem os bustos de homenagem. Um lugar horrível. Tinha a noção que aquilo seria um marco histórico. Não poderia perder de jeito algum. A Vila era um estádio respeitável. Havia recebido anos antes o Rapid Viena, campeão europeu, para amistosos. A Fifa não teve dúvidas em colocá-lo como sede", completa.

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