Vestiário
Barça diz que Messi não mudaria a partida
O Barcelona nem tentou argumentar com o placar admitiu ter sido dominado. Mas o elenco também lamentou desfalques como Puyol, Mascherano, Alba, Busquets e, principalmente, Messi. "Sentimos a falta de alguns jogadores na defesa. Não é uma desculpa, mas ausências que enfraquecem", resumiu Xavi. Para o técnico do Bayern de Munique, Jupp Heynckes, a falta do astro argentino facilitou a vida de sua equipe. "A ausência de Messi nos surpreendeu. Fizemos uma partida excelente, mas sabemos que existe uma diferença entre o Barcelona com o Messi e sem o Messi", falou. Impedir a vaga alemã, entretanto, não estaria ao alcance nem mesmo do ídolo, segundo o zagueiro Piqué, do Barça. "Se ele tivesse jogado as coisas não teriam sido muito diferentes", opinou, concordando com o técnico Tito Vilanova. "Mesmo sem Leo [Messi], o melhor do mundo, fomos com a intenção de tentar", afirmou o treinador.
12 gols
Eliminado com o Real Madrid, na terça-feira, o atacante Cristiano Ronaldo ainda é o artilheiro da Liga, com 12 gols. Lewandowski, do Borussia, tem 10; Müller (foto), do Bayern, tem 8. São os goleadores dos finalistas.
"Se olharmos para toda a eliminatória, vencemos por 7 a 0, mais claro do que isso, impossível. Temos de comemorar". Foi assim, sem falsa modéstia, destacando a superioridade de sua equipe diante do todo-poderoso Barcelona, que o técnico do Bayern de Munique, Jupp Heynckes, resumiu o que viu em campo na semifinal da Liga dos Campeões da Europa. Em casa, os bávaros haviam superado os catalães por 4 a 0. Ontem, com uma tranquila vitória por 3 a 0, em pleno Camp Nou, sua equipe garantiu a primeira final alemã do torneio interclubes mais importante do Velho Mundo.
Um dia antes do massacre vermelho em Barcelona, o Borussia Dortmund também havia alcançado a decisão contra um gigante espanhol, o Real Madrid. Perdeu por 2 a 0, com direito a sufoco nos minutos derradeiros, mas avançou por causa do 4 a 1 imposto em Dortmund, no confronto de ida. A final está marcada para o dia 25, em Wembley, na Inglaterra.
Será apenas a quarta vez na história que a Champions será decidida por dois times do mesmo país. Em 2000, o Real Madrid bateu o Valencia. Em 2003, o Milan superou a Juventus. E em 2008, o Manchester United ganhou do Chelsea. Desta vez, estarão frente a frente os últimos campeões alemães. O Borussia levou a taça nas duas temporadas passadas, enquanto o Bayern que disputa sua terceira final do Continental em quatro anos assegurou o título antecipado da atual edição do Nacional.
O domínio do time de Munique na partida de volta da semifinal foi total. Com o astro Lionel Messi no banco de reservas, ainda se recuperando de uma lesão muscular, o Barcelona não teve forças para tentar reverter a vantagem aberta pelos adversários no confronto de ida. Robben, Piqué (contra) e Thomas Müller, todos no segundo tempo, acabaram com a ínfima esperança dos donos da casa em um milagre. Já aos 15 minutos da etapa final, com 1 a 0 no placar, a torcida visitante fazia festa no estádio, com gritos de "olé".
"Acho que isto é histórico. Fazer 4 a 0 em casa e 3 a 0 no Camp Nou é algo grande. Agora temos de terminar a tarefa no dia 25", vibrou o holandês Arjen Robben, que abriu o placar ao seu melhor estilo, descendo pela direita, puxando a bola para a perna esquerda e batendo cruzado. Para o técnico Jupp Heynckes, o Bayern encontrou uma fórmula para deixar para trás o time que até então era considerado modelo de qualidade para todo o mundo. "Podemos jogar um futebol em grande velocidade, reduzindo os espaços do adversário, e nesta temporada conseguimos isso muito bem", afirmou Heynckes.
Do lado derrotado, elogios para o algoz. "Temos de felicitar o Bayern, que está numa forma extraordinária. Foram melhores do que nós e são os dignos finalistas. O Bayern foi superior e dominou todos os aspectos do jogo", opinou o meia Xavi, capitão do Barcelona. "Quando uma equipe é tão superior, resta simplesmente parabenizá-los", concordou o zagueiro Piqué, que marcou um gol contra ao tentar desviar um cruzamento de Phillip Lahm e, com o joelho, colocar a bola para dentro da própria meta.
Assim, embalado, o Bayern de Munique corre atrás do quinto troféu da competição. Já o Borussia tem apenas um na sua estante.