Conflito antes, durante e depois
Florianópolis Não bastasse acompanhar in loco mais uma derrota vexatória do Paraná, alguns torcedores do clube sofreram ontem no Orlando Scarpelli, em Florianópolis. Segundo relato da PM de Santa Catarina, um membro da facção Fúria Independente, a principal do clube, lançou uma pedra contra os rivais do Figueira em um bar nos arredores do estádio. Na resposta, bombas e pedras foram atiradas sobre os paranistas. Resultado: três feridos acabaram sendo levados para o hospital. Durante o jogo, pelo menos seis tricolores foram detidos por atitudes inconvenientes.
No fim, para evitar maiores problemas, a polícia optou por uma escolta especial dos quatro ônibus que estavam os tricolores. Além da segurança, a atitude evitou novos protestos contra a delegação paranista (NF).
Almanaque
Jejum A derrota de hoje foi a nona consecutiva do Paraná fora de casa. A última vitória paranista longe dos seus domínios foi contra o Flamengo, na despedida de Pintado.
Zero Após seis partidas, o Paraná ficou pela primeira vez sem marcar gol. A última vez havia sido na 23.ª rodada, na goleada de 6 a 0 sofrida para o São Paulo.
Florianópolis O Paraná parece ter entrado num caminho sem volta rumo à Série B. Depois da vexatória derrota de quinta-feira para o lanterna América-RN, ontem não ofereceu resistência alguma ao Figueirense e foi goleado por 4 a 0, no Estádio Orlando Scarpelli.
Agora três pontos mergulhado na zona de rebaixamento, a oito rodadas do fim do Brasileiro, o Tricolor terá de conviver com a pressão da própria torcida e talvez a quarta troca no comando técnico enquanto tenta os pontos necessários para se salvar.
Os cerca de 200 paranistas que se dispuseram a ir até a capital catarinense deram uma amostra do quanto está desgastada a relação time-torcida. Já no aquecimento dos jogadores, dava para perceber que o incentivo seria na base da cobrança.
Perseguição maior para o goleiro Flávio, que falhou feio no último jogo, e o zagueiro Neguete, principal responsável pela derrota no clássico com o Atlético há duas semanas.
A estratégia dos torcedores não funcionou. Dominado desde o primeiro momento, o Paraná viu tudo complicar de vez quando o ala-direito Vandinho foi expulso aos 17 minutos. Na terceira boa chance de gol do time da casa, ele deu uma de goleiro e evitou com a mão o gol de Cleiton Xavier. O pênalti foi convertido pelo zagueiro Chicão e o Tricolor ficou com um a menos. Prejuízo duplo.
O Figueira aumentou a pressão e não teve dificuldade para chegar ao segundo, aos 27 minutos, num contra-ataque iniciado e concluído novamente por Chicão. Tudo tão fácil que a declaração do destaque da partida no intervalo, se referindo à brisa, caberia perfeitamente ao adversário paranaense: "Fizemos dois gols jogando contra o vento".
Enquanto isso, os torcedores tricolores grudaram no alambrado para protestar contra a equipe e o técnico Lori Sandri. Aos gritos de "Ei, Lori! A casa vai cair", até uma pedra foi arremessada ao gramado no momento em que os jogadores desciam para o vestiário. O único que teve o nome gritado foi o goleiro reserva Gabriel, numa forma de ironizar Flávio, apesar de o camisa 1 não ter feito uma má partida ontem.
As substituições tentadas não surtiram resultado algum e, mesmo diminuindo o ritmo, o Figueirense fez mais dois com Frontini e André Santos. Gols que só fizeram a revolta dos desanimados paranistas aumentar na arquibancada. Eles já se preparavam para voltar a carga na grade de proteção quando a polícia apareceu para evitar maiores problemas.
Assim, tudo o que puderam fazer foi entoar o clássico bordão "Vergonha, vergonha, time sem vergonha". Acompanhados pela PM até a saída da cidade, também não puderam cumprir a promessa de fazer o "bicho pegar" na saída do estádio.
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O craqueChicãoZagueiro-artilheiro fez dois gols, um de pênalti e outro tal qual um centroavante.
O bondeVandinhoA expulsão infantil do ala desestabilizou o Paraná e abriu caminho para a goleada.
O guerreiroCleiton XavierFoi o ponto de equilíbrio da meia-cancha catarinense com bons passes e precisão na marcação.
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