A voz arrastada do outro lado da linha indicava o quanto foi duro para Tcheco manter os olhos fechados na madrugada de quarta para quinta-feira. Cada resposta demorava três, quatro segundos para sair. Sem que ele conseguisse dizer o que todos querem saber, se sua carreira realmente acabou com o apito final de Sandro Meira Ricci, no Couto Pereira.

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Se já seria naturalmente difícil digerir outro vice-campeonato dentro de casa, imaginem decidir sobre uma aposentadoria que se desenha há quase um ano. Tentei fazer o mesmo exercício dentro da minha profissão, mesmo sabendo que o corpo de um jornalista demora mais a pedir arrego do que o corpo de um jogador profissional. Ainda assim, sofreria muito se tivesse que decidir sobre encerrar uma carreira e iniciar outra aos 36 anos.

A decisão sobre seguir jogando futebol é toda de Tcheco. A percepção dele sobre o quanto seu organismo aguenta a rotina de treinos, jogos e concentrações será determinante. O prazer que ele ainda sente de jogar bola também. O terceiro fator envolvido é o desejo do Coritiba de seguir contando com Tcheco em seu elenco.

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Para quem está fora, porém, é possível avaliar outras variáveis. Tcheco disse que os jogadores pediram sua permanência para que pudesse passar experiência ao elenco se mobilizar novamente após a perda da Copa do Brasil. Não há dúvida de que a quilometragem de Tcheco será fundamental. Mas ele pode dar o mesmo apoio de fora de campo, trabalhando no departamento de futebol.

Como jogador, Tcheco já virou peça secundária no elenco. Marcelo Oliveira encontrou duas formas estáveis de jogar, com dois e três volantes. Tcheco não está em nenhuma delas. Se Marcelo Oliveira receber uma proposta irrecusável e for embora, é improvável que um novo time seja armado em torno dele.

A decisão, repito, é toda de Tcheco. E seja qual for, deve ser respeitada. Mas o meia não pode perder de vista toda a história que já construiu no futebol. Uma decisão errada neste momento pode, inclusive, arranhar este currículo. Boa sorte, Tcheco.

Strike

O Paraná tem crescido tanto neste ano que não deixa de ser um desafio a forma como o clube vai lidar com o estrago após a partida com o Vitória. O G4 ficou mais longe. Fernandinho, Luisinho e Lúcio Flávio estão fora do próximo jogo, contra o algoz de sempre América-RN. A súmula carregada pelo árbitro deixará as feridas deste jogo abertas até o julgamento. E as ofensas de Felipe Duarte Varejão aos paranistas flagradas pela transmissão de tevê mexem com a autoestima de todos. Ricardinho terá de lidar com todas essas situações a tempo de manter o Paraná como uma das grandes surpresas da Segundona.

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