"Fiéis" do PR se organizam para seguir o Timão
Os corintianos daqui não ficam apenas esperando o Timão jogar no Paraná para acompanhar a equipe. Muitos se organizam em excursões para ver o clube não só em São Paulo, mas também em outros estados.
"Este ano um grupo de 15 torcedores chegou a alugar uma van para ir até Fortaleza ver o jogo contra o Ceará", exemplifica Gabriel Marton, membro do conselho da Fiel Curitiba. No total, a torcida curitibana conta com 300 membros.
Já os torcedores da Fiel Maringá chegaram a passar dificuldades para ver a primeira partida da final da Copa do Brasil de 2008, que o Timão perdeu para o Sport. Como viajou sem ingressos, o grupo de 16 alvinegros foi obrigado a pagar muito mais cara a entrada na mão de cambistas.
"Fizemos um rateio na van. Com isso, gastamos todo o nosso dinheiro e ficamos sem comer. Só comemos no dia seguinte, em casa", recorda o vice-presidente da Fiel Maringá, Carlos Henrique Correia da Silva.
E quando não podem acompanhar o time in loco, o ímpeto dos torcedores é o mesmo de quando vão ao campo. "Vamos para o bar como se fossemos ao estádio, com uniforme, bandeira e bateria. A gente chora e vibra como se estivesse perto do time", enfatiza Júnior Rodrigues Lúcio, fundador da Fiel Maringá.
O êxito do clube paulista no estado é tão grande que o empresário Joel Malucelli tentou pegar carona. Ele trocou no ano passado o nome do seu time, antigo Malutrom e J. Malucelli, para Sport Club Corinthians Paranaense. A ideia era amealhar fãs e aumentar a baixíssima média de público.
Segundo o dirigente, houve um ligeiro acréscimo, mas nada substancial para salvar a receita com bilheteria não houve o apoio irrestrito por parte da massa do Corinthians no estado. Chegou-se até a cogitar a hipótese de mandar jogos do "clone" no interior, especialmente na região Norte. Mas a ideia não vingou.
Não faltará comemoração hoje em todo o Paraná no aniversário de 100 anos do Corinthians. Afinal, conforme comprovou um levantamento da Paraná Pesquisas em 2008, o Alvinegro paulista conta com mais seguidores no estado do que as equipes locais. O time do Parque São Jorge abocanha 12,5% dos aficcionados por futebol no Paraná. Para estudiosos, a conjunção de dois fatores faz com que o Timão seja o mais popular no território alheio: a influência da colonização paulista no Norte paranaense e, principalmente, a baixa evidência dos clubes regionais no cenário nacional.
O sociólogo Gilson Aguiar, professor do Centro Universitário Maringá (Cesumar), explica que a presença paulista no Norte foi determinante para que as gerações atuais mantivessem simpatia pelo Corinthians.
"O desenvolvimento econômico desta região está muito ligado a São Paulo. Além disso, nossas cidades receberam de São Paulo lideranças políticas e religiosas, empresas, elementos culturais. Nesse reboque, também vieram os times de futebol", aponta.
Alheios à discussão, os corintianos do Paraná já estão prontos para a comemoração do ano 100. Quem não pôde ir pessoalmente à festa oficial em São Paulo, ontem à noite, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como os 23 torcedores que partiram de van de Curitiba no início da tarde , vai comemorar a data expressiva em uma das subsedes da Gaviões da Fiel no estado.
Em Maringá, o congraçamento será em frente ao Estádio Willie Davids, a partir das 20 horas, com direito a foguetório e hasteamento da bandeira corintiana. "Vamos dar parabéns para o Coringão, cantando o hino e as músicas relacionadas ao time", afirma o vice-presidente da Fiel Maringá, Carlos Henrique Correia da Silva, 27 anos.
Na capital, a torcida se reuniu ontem na casa de um dos integrantes da Fiel Curitiba, no bairro Boa Vista, onde os alvinegros locais costumam se encontrar para ver os jogos. Na programação, além de churrasco, foguetório à meia-noite, com 1.250 tiros, e carreata até o Batel. "O Corinthians é tão importante para mim quanto minha própria família", resume a paixão pelo Timão o empresário Gabriel Marton, 28 anos, membro do conselho da Fiel Curitiba.
Conforme o historiador Luiz Carlos Ribeiro, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde coordena o Núcleo de Estudos de Futebol e Sociedade, a influência da colonização paulista é decisiva para essa vertente. Mas ele acredita que a conquista de poucos títulos de expressão das agremiações locais seja mais impactante. "Os clubes daqui estão perdendo mídia, o que não só dificulta a manutenção dos torcedores, como torna ainda mais difícil a captação de novos seguidores. Crianças e adolescentes querem torcer para times vencedores ou que estão constantemente na mídia", argumenta Ribeiro.
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