Romper uma verdadeira barreira. Essa é a missão dos representantes paranaenses Adap, J. Malucelli e Rio Branco na edição 2006 da Série C do Brasileiro, que inicia hoje para os clubes do estado. A última equipe do Paraná que chegou à Segundona por méritos foi o Malutrom, via Copa João Havelange, em 2000, mas desistiu da vaga por questões financeiras. Depois disso, ninguém passou nem perto.

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Para piorar, o Londrina, habitual freqüentador da Série B, caiu há dois anos. Atualmente nem figura em competições nacionais e, ano passado, teve seu lugar na Segundona ocupado pelo Coritiba. Ou seja, à medida que foi diminuindo o gargalo para permanecer nas divisões de elite do Brasileiro, da mesma forma o futebol paranaense foi perdendo representatividade. E este ano, há ainda mais um fator para dificultar a tarefa.

Junto de equipes desconhecidas como Ananindeua (PA), Coruripe (AL) – mais conhecido como Hulk, por causa da sua camisa alviverde –, Coxim (MS), Pixambu (SE) ou a Associação Desportiva Senhor Guimard (AC) estarão os "grandes" Bahia e Vitória, mais o conhecido Criciúma. Times que conseguiram a proeza de despencar da Primeira à Terceira Divisão em apenas três e dois anos, respectivamente, e tentarão de tudo para ficar com três das quatro vagas de acesso.

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Ao mesmo tempo, a presença das novas "estrelas" valoriza a competição e faz com que até os mais experientes se empolguem. Há cerca de um mês, por exemplo, o zagueiro Argel, ex-Inter, Santos e seleção brasileira, atualmente na Ulbra-RS, disparou sem medo de errar: "Hoje o futebol está muito igual. Se tirar um jogador daqui e botar no Real Madrid ou no Barcelona, certamente ele vai jogar".

A chegada dos "grandes" também é garantia de que, se o futebol continuará ruim, ao menos a média de público da competição deve continuar crescendo. Em 2004, ela foi de 1.043. Já no ano passado, pela presença do Remo (que teve média de 34.728 pessoas por partida), aumentou para 3 mil.

Nada se comparado ao objetivo de todos, a Série B, que mantém sempre um público superior a 6 mil por partida e, ao invés da Terceirona, sem contrastes. Na C, há dois anos, o América-SP conseguiu a proeza de levar ao estádio 69 torcedores por jogo na primeira fase – é óbvio que, se nem o torcedor botava fé, ficou por ali mesmo.

Esse continua sendo o grande drama do campeonato: é altamente deficitário. Na edição atual, os mesmos problemas de sempre, as desistências. O Rio Claro, por exemplo, time que subiu à elite do Paulistão, não conseguiu patrocínio para o Nacional e jogou a toalha.

Mesmo com a regionalização das fases iniciais, em média os gastos mensais giram entre R$ 70 mil e R$ 100 mil por equipe. E a CBF só ajuda quem veio da Segundona ou é oriundo da primeira vaga de seu estado. O resto – 33 equipes – arca com as despesas totais.

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A edição deste ano foi mantida nos mesmos moldes de 2005. Serão 63 clubes, divididos em 15 grupos de 4 times e 1 de 3 na 1.ª fase; 32 clubes em 8 grupos de 4 na 2.ª; 16 times em 4 grupos de quatro na 3.ª; e, na decisão, um grupo com 8 equipes, das quais 4 obterão vaga na Série B de 2007.