O médico João Carlos Vialle, 63 anos de idade, 40 de futebol e há 30 ligado à Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), é a principal aposta do Coritiba para reorganizar o futebol do clube no caminho para voltar à Primeira Divisão. Contratado em dezembro, está com ele a responsabilidade de montar o time que vai disputar a Série B. Entretanto, o dirigente ainda está se readaptando ao mundo do futebol depois de oito anos afastado por um lamentável episódio em que teria ordenado o suborno ao goleiro Roberto, em 1998, reserva do Iraty. Nada foi provado.
O senhor ficou fora do futebol por oito anos. O que mudou nesse período?No Coritiba, foi uma surpresa ver um clube extremamente organizado. Tanto no CT, como no estádio, é tudo de primeira. Agora, no futebol, essa bagunça entre atletas, empresários e procuradores. Virou uma confusão contratar jogadores que ficaram dependentes de terceiros. É uma grande dificuldade para conversar com alguém que tem dois, três ou quatro agentes por trás.
O que o trouxe de volta ao Coritiba?A paixão e o desafio de colocar o que aprendemos no passado dentro do clube. Com muita luta e sacrifício, vamos tentar colocar o Coritiba de volta na Primeira Divisão.
O que pretende trazer ao clube?O futebol é dinâmico. Não pode deixar para depois. É preciso estar alerta. Deixando para depois, corre-se o risco de não haver mais solução.
O presidente Giovani Gionédis tem uma imagem desgastada. O senhor não teme isso?A pessoa que vem para o futebol não pode ter medo. No momento, dou razão para a torcida. Nós estamos trabalhando muito para reverter isso. No jogo contra o J. Malucelli (vitória coxa por 1 a 0, no domingo) alguns já até desviraram as faixas. É preciso calma, mas não posso criticar a torcida. Estamos tentando ter mais acertos que desacertos.
Sua última passagem foi marcada pelo episódio com o goleiro Roberto (reserva do Iraty). Aquilo ainda rende muita chateação?Nenhuma chateação. Não tive o menor envolvimento e jamais participei daquele tipo de coisa. Por uma ingenuidade momentânea, fui envolvido. Isso contribuiu diretamente para me afastar do futebol.
O Gilberto Pereira disse que o trabalho no Coritiba é amador. Como o senhor recebeu isso?Ex-treinador do Coritiba para mim é assunto encerrado. Vivemos em uma democracia e cada um fala o que quer.
E quanto ao time. Os reforços de peso só chegarão para a Série B?Podem chegar no Paranaense. As contratações estão encerradas, por enquanto, a não ser mais um lateral-direito e um camisa 10 canhoto que estamos procurando. Agora, todos os bons jogadores estão empregados e o melhor é esperar o fim dos campeonatos. Armamos um esquema com o Will (Rodrigues, olheiro) de acompanhar pela televisão os campeonatos Gaúcho, Mineiro e Paulista. O Will estará de 1.º a 11 de fevereiro assistindo em loco uma série de jogos do Paulista. Na seqüência, dentro da necessidade, queremos a pessoa certa para o lugar certo.
O Paranaense é um laboratório?O Coritiba esta fazendo um laboratório no Estadual, mas não quer dizer que vamos deixar de brigar pelo título. No Coritiba não existe disputar por disputar. Uma equipe em formação precisa de no mínimo 60 dias. Se nesse período conseguirmos resultados, vamos tentar o título.
Sem resultados, o técnico pode sofrer as conseqüências?O treinador tem contrato até 30 de novembro e a intenção é que seja cumprido.
O Gilberto Pereira também não tinha contrato?Tinha, mas aí ocorreram divergências e em comum acordo fizemos a mudança.
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