O discurso é duro e ataca tanto os colegas de profissão como os próprios chefes. Ânderson não tem receio em cobrar mais vergonha por parte dos jogadores, nem contratações à diretoria do Coritiba. Honesto e direto, o capitão alviverde é uma espécie de juiz e porta-voz da maioria do elenco nesse complicado início de temporada.
A cada tropeço foram vários até agora do vice-lanterna do grupo B , basta esperar pelas declarações nada políticas do zagueiro. Na semana passada, o alvo foi a cúpula diretiva. "Estamos longe do ideal. Precisamos de jogadores de qualidade, especialmente na frente. Carregador de piano já temos bastante", criticou.
Após o empate contra o Roma, com um gol no último minuto, ele reforçou a insatisfação dos companheiros. "Com todo o respeito, mas num time como esse temos de meter seis. A gente fica rebolando e acabamos tomando o gol", reclamou. "Precisamos de mais vergonha na cara", completou.
Aos 32 anos, Ânderson chegou ao Coritiba após a disputa da Série B, pelo Paulista de Jundiaí, em outubro do ano passado. Ele participou da reação final no Brasileiro, mas não conseguiu livrar a equipe da Segundona.
Nessa temporada, com a saída do volante Reginaldo Nascimento, assumiu a braçadeira e se tornou o homem de confiança do técnico Márcio Araújo. "Ele é muito transparente, determinado e honesto. É duro, sem ser desleal", justificou o treinador.
A virtude da sinceridade, entretanto, nem sempre é bem recebida. "Muitas vezes já fui incompreendido. Não só aqui, mas em outros clubes em que fui capitão, como o Paulista e no futebol japonês. Mas essa é a minha postura, não consigo ficar quieto quando alguma coisa está errada", justifica o zagueiro, que não teme nem atingir seus superiores. "Não é porque é patrão que está isento da responsabilidade", disse."Eu respeito e concordo com ele", endossou o treinador.
Mesmo com perfil tão exigente, o atleta garante ser um bom líder. "Cada capitão tem seu estilo. Eu cobro, mas também sou brincalhão. Eu estaria no meio-termo entre as características do Dunga e do Cafu", afirmou o zagueiro, que gosta de dividir a liderança com outros jogadores do grupo, como Artur, Índio, Jéferson e Julinho.Sobre as possibilidades de reabilitação do Coritiba no Estadual, Ânderson se mostra confiante. "É um momento complicado. Nós traçamos o objetivo de ficarmos entre os quatro melhores do grupo e temos condições para isso", garante.
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