A velocidade da crise econômica mundial levou a Honda a abandonar o grid e a milionária Fórmula 1 freou seus investimentos. Na motovelocidade, a Kawasaki também se retirou do Mundial. O supercampeão de golfe Tiger Woods acatou a redução nos seus patrocínios. Clubes pelo mundo impuseram cautela nos gastos. O governo brasileiro acaba de anunciar o corte de 94,5% no orçamento do esporte.
Na contramão do tsunami financeiro, a postura do Ultimate Figthing Championship (UFC) seria suicida não fosse o sucesso. Aqui, os melhores lutadores chegam a ganhar US$ 1 milhão por luta, mais nomes são recrutados para duelar no famoso octógono e os ingressos quase sempre estão esgotados. Os 14 mil tíquetes da edição 94, na madrugada de hoje, acabaram há duas semanas.
A marca do evento valorizou de US$ 2 milhões para US$ 1 bilhão. Um crescimento e tanto capaz de render a Dana White e Lorenzo Fertitta, donos desde 2001, a capa na famosa revista de negócios Forbes.
Por ano, seis milhões de pacotes televisivos são vendidos nos Estados Unidos. São 12 eventos anuais transmitidos para mais de 100 países. Para ficar perto da emoção do ringue, um ingresso vip com direito a voo, hospedagem e local privilegiado custa fácil US$ 10 mil.
A movimentação gerada na cidade onde o UFC desembarca gira entre US$ 10 milhões e US$ 20 milhões. Fácil de entender por que Nova Iorque, notória refratária à pancadaria dos lutadores, esteja em negociação para aprovar uma lei permitindo ao evento chegar à mais famosa cidade do país.
O recorde de público hoje pertence ao estado de Ohio, com 22 mil espectadores. "Lá eles nos amam porque não são só as lutas. As pessoas precisam de acomodação, comida, entre outras coisas", explicou a diretora de relações públicas Jennifer Wenk. "A crise não chegou aqui. Nós estamos crescendo, investindo, temos dinheiro e precisamos de mais gente para trabalhar", acrescentou.
O Brasil está na mira do evento. Dos 150 atletas contratados, 24 são brasileiros, a segunda maior força após a óbvia supremacia norte-americana. Por enquanto, não há a previsão de que um evento seja realizado no país. Aos poucos, entretanto, os organizadores querem a adrenalina do famoso ringue no celeiro de vários campeões, como Wanderlei Silva e Maurício Shogun.
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