Wesley Bull (dir.) acerta um soco na luta em que derrotou Luciano Macarrão| Foto: Fotos: Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo
Diego Gasparetto (de costas) disputou parte do combate contra Paulo Diniz com o nariz sangrando, mas mesmo assim venceu
Veja quem foram os vencedores da primeira edição do Power Fight

Música alta, cortina de fumaça, um moderno sistema de luz e um imenso telão. Não fosse o ringue de oito lados no centro do ginásio do Círculo Militar do Paraná, em Curitiba, quem foi ao local, no sábado à noite, provavelmente diria que o cenário era de um show de rock. Foi nesse ambiente, claramente inspirado no americano UFC que aconteceu a primeira edição do Power Fight Extre­me (PFE).

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Guardadas as devidas proporções da comparação, as cerca de 1,5 mil pessoas que estavam nas arquibancadas, assistiram a nove lutas de bom nível técnico. Pena que, justamente durante o duelo mais aguardado da noite, as luzes se apagaram. O repentino e breve corte na eletricidade não chegou a estragar o evento, mas certamente fez com que algumas pessoas fossem embora antes do resultado final.

"Espero voltar aqui outra vez, quem sabe, com um espetáculo me­­­lhor", disse, meio sem jeito, o lu­­­ta­­dor Luiz Beição, vencedor do principal confronto do PFE. O constrangimento, porém, não foi pela fal­­­­­­ta de luz. Faltou combatividade ao ma­­­nauara radicado em Curitiba Mar­­celo Brito. Na decisão por pontos, unanimidade em favor do carioca.

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Se a última luta do evento deixou a desejar, a maior parte do card conseguiu animar o público. Destaque para o encontro, dentro do octógono, dos curitibanos Diego Gasparetto e Paulo Diniz, na categoria até 70 kg. Mesmo vendo seu nariz sangrar no primeiro round, Gasparetto contou com o apoio da torcida para finalizar seu adversário no segundo assalto.

"Foi uma luta muito equilibrada, muito dura. O pessoal que treina comigo e meus alunos me ajudaram torcendo muito. Consegui homenageá-los", contou, enquanto ainda recebia cuidados médicos.

O duelo entre os pesos-pesados Ed Carlos "Monstro" e o Antônio Car­los "Sherek" foi outro que levantou os torcedores. Com maioria ao seu lado, Monstro não deu chances para o rival. Pouco depois de o gongo sinalizar o início do combate, o curitibano já estrangulava o catarinense até a desistência. Melhor para a pequena Sarah, de três anos, que ganhou colo dentro do ringue e, ainda por cima, ficou com a medalha do pai.

"Foi a primeira vez que ela veio me ver. Deu muita sorte", revelou Ed Carlos, que voltava após um período afastado das lutas. "Um evento desses é muito importante. Esse telão (em cima do octógono) está um show", completou.

Outro curitibano, Vagner Ti­­búr­­cio, também elogiou a estrutura do PFE. Responsável por um dos mais plásticos golpes da noite – um triângulo que decretou seu triunfo sobre o ponta-grossense Leandro Alves – ele destacou o alto nível dos atletas. "O card é muito bom, com lutadores de nome. Isso é importante para um bom espetáculo", apontou.

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Apesar da vitória e do bom evento, o lutador de 32 anos (17 de carreira) ainda espera mais apoio e reconhecimento ao MMA brasileiro. "Hoje em dia ainda é muito difícil conseguir patrocínio nesse esporte. Tem muita gente indo para fora. Lá é mais fácil. A gente faz isso por amor mesmo", concluiu.