Foram-se os tempos das viagens rumo ao desconhecido, num verdadeiro desbravamento do país, atuando em cidades como Goiatuba (GO) e Barra do Garças (MT). A Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro mudou muito nos últimos anos e para melhor. Não lembra em nada o que Coritiba enfrentou em 1995, última vez em que o clube disputou a divisão de acesso. Desde então, a competição ganhou apelo, investimento, melhores públicos e arrecadações. Tudo isso graças a parcerias e ao enxugamento progressivo no número de participantes.
Em 2006, ao que tudo indica, mudará ainda mais. A Futebol Brasil Associados (FBA) responsável pela organização pretende implementar uma nova fórmula de disputa. Os 20 clubes brigariam no sistema de pontos corridos, em turno e returno. Os quatro primeiros colocados garantiriam vagas na elite e os quatro últimos seriam rebaixados para a Terceira Divisão. De acordo com a FBA, os clubes estão de acordo com a proposta. A definição deve ocorrer nos próximos dias, no congresso técnico promovido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para decidir as regras para o ano que vem.
Embora ainda não esteja sacramentada a mudança, José Neves, presidente da FBA, garante que a antiga fórmula em três fases classificatórias está morta. "Vamos viabilizar esse novo campeonato", disse. Sobre a alteração no acesso e descenso em princípio apenas dois clubes mudariam de divisão Neves revela. "É um compromisso do Ricardo Teixeira com a gente".
Não há qualquer impedimento para a mudança. Segundo o Estatuto do Torcedor, uma competição tem de repetir a fórmula pelo menos em duas temporadas. A Segunda Divisão foi disputada no mesmo formato durante os três últimos anos. Sendo assim, está livre para a adoção do novo sistema. Quem pode impedir o realização do desejo completo da FBA é o Clube dos 13.
A entidade que representa os grandes clubes brasileiros discorda do acesso e descenso de quatro clubes no ano que vem. No pensamento do Clube dos 13, quatro devem ser promovidos para a Primeira e dois rebaixados para a Segunda, totalizando 22 clubes na elite.
Cota de tevê
Outro ponto que segue em aberto é o acerto das cotas de televisão. A FBA espera conseguir entre R$ 30 e 40 milhões pelos direitos de transmissões capazes de compensar em partes a perda de R$ 5 milhões do Alviverde com a queda. Não faltam redes interessadas. Atualmente, a Rede Globo, Record e RedeTV discutem a compra dos direitos com a FBA. Além dessa cota, que será rateada entre os times, a associação procura outros parceiros na iniciativa privada. Desta feita, para conseguir dinheiro suficiente para custear as passagens, hotel e alimentação dos clubes. Para isso, serão necessários cerca de R$ 15 milhões.