A pressão do rebaixamento

Certo, o gol foi irregular. Osvaldo estava impedido. Mas, a favor do bandeira, é bom se dizer que foi daqueles impedimentos eletrônicos, que só a imagem parada na tevê consegue apontar. E com isso o Coritiba perdeu mais dois importantes pontos dentro de casa, na preocupante campanha que faz na divisão principal do futebol brasileiro.

Logo no Alto da Glória, que servia como ponto de resistência para o time coxa nas campanhas mais recentes. E contra um adversário que tinha um jogador a menos quando igualou o placar. O consolo foi a derrota do Sport, que mantém a diferença de dois pontos para a zona do rebaixamento. Mas aí, cá entre nós, não seria assunto para o Coritiba, que projetou campanha tão mais acima do que vem realizando. Houve contusões, sentidas. A estrutura da equipe se desmanchou, mas, ainda assim, era de se esperar melhor rendimento em campo, embora o material humano disponível para o treinador não pudesse oferecer nada além do, digamos, trivial variado.

E por conta disso o técnico Marcelo Oliveira caiu, pois mais não conseguia tirar do que havia sobrado do time que concebeu como titular. E por conta disso Marquinhos Santos ainda vai sofrer um bocado no comando da equipe, com todas as atenções voltadas para baixo, agora com a meta absoluta de tentar evitar mais um rebaixamento.

No quase

Cheguei de Campinas no surpreendentemente lotado Aeroporto Afonso Pena colecionando filas (para a retirada das malas, para os táxis, para o estacionamento... e isso ao meio-dia do domingo) e tentei projetar para a demanda da Copa do Mundo. Melhor nem pensar.

Mas voltei decepcionado com o resultado do Atlético em Bragança Paulista – transmissão que fizemos pela RPC. Mandou no jogo, criou várias chances, mas poucas vezes finalizou. Quando era melhor no primeiro tempo, tomou um gol após cobrança de falta. No ângulo aberto deu a impressão de a bola ter entrado. No outro, fechado, pareceu que não. Na dúvida, o assistente correu para o meio e o gol foi confirmado.

Veio o empate e o domínio de jogo indicava a possibilidade de vitória. Ledo engano. Mesmo sendo melhor, o Atlético entregou o resultado para o fraquíssimo Bragantino, que se debate e não sai da zona do rebaixamento. Perdeu uma partida contra um adversário que – imagine só – jogou retrancado e no contra-ataque dentro de casa. E continua no limbo, ameaçando chegar à zona de classificação, mas sem mostrar suficientes atributos para tal.

Nem mesmo contando com a decisiva colaboração do Paraná Clube, que na sexta venceu o São Caetano (e que golaço desse menino Alex Alves, grande revelação da temporada), concorrente direto, houve como chegar ao grupo de cima. O que parecia barbada no início da temporada está se transformando em um drama, como poucos poderiam imaginar.