O objetivo da videoconferência com árbitros de todo o Brasil, realizada ontem, era esclarecer dúvidas referentes às emendas nas regras 11 e 12 do futebol, em vigor a partir de 1.º de julho. Tudo foi bem explicado pelo presidente da Comissão de Árbitros da CBF, Armando Marques, que do Rio de Janeiro instruiu juízes e bandeirinhas de várias federações estaduais. Mas a conclusão pós-encontro é de que o número de lances que dependem da interpretação dos auxiliares aumentou. Com eles, deve crescer a quantidade de decisões polêmicas.

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Um dos temas mais controversos é o impedimento (regra 11). A palestra derrubou uma tese surgida em junho, após a Copa das Confederações: não é necessário o atleta em posição irregular tocar na bola para que a jogada seja paralisada. Basta que ele atrapalhe o adversário. Fica a cargo da interpretação de árbitros e auxiliares se isso aconteceu ou não. (leia acima o trecho da resolução publicada pela Fifa).

Conforme deixou claro Armando Marques, com seu típico jeito nervoso, a orientação é para os bandeiras esperarem até ter certeza de que um jogador em impedimento passivo não terá qualquer tipo de influência no lance. "É necessário controle emocional para só levantar o bastão se o atleta realmente participar. Estão falando muito nesse negócio de tocar a bola. Mas são três coisas que caracterizam a irregularidade: interferir no jogo, no adversário ou tirar vantagem posterior da posição", explicou o ex-árbitro.

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A emenda à regra 12 que também tem gerado polêmica é a que prevê a expulsão por qualquer jogada que coloque em perigo a integridade física do adversário – anteriormente, o cartão vermelho, só era exibido em caso de carrinho por trás. O presidente da Comissão de Arbitragem invocou mais uma vez a interpretação ao comentar o assunto. "Cabe ao árbitro decidir se a jogada se encaixa na determinação da Fifa para dar ou não o cartão vermelho", afirmou.

Aproveitando a ocasião, Marques anunciou a suspensão por tempo indeterminado do juiz paranaense Héber Roberto Lopes pelos equívocos cometidos no jogo entre Botafogo e Santos, no último domingo. "Sei que não fiz o meu melhor", resignou-se o apitador.

Também vai para a geladeira o mineiro Márcio Resende de Freitas, que representa a Federação Catarinense. Ele foi condenado a 30 dias de afastamento pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por ter xingado jogadores do Botafogo na partida contra o Palmeiras.

Resolução

A circular emitida pela Fifa recomenda aos bandeirinhas a marcação do impedimento em três situações:

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Toque na bola – Interferindo no jogo significa jogar ou tocar a bola que tenha sido passada ou tocada por um companheiro.

Obstrução – Interferindo a um adversário significa impedir que um adversário jogue ou possa jogar a bola, obstruindo o campo visual ou os movimentos, ou fazendo um gesto ou movimento que, a juízo do árbitro, engane ou distraia o adversário.

Vantagem – Ganhando vantagem da dita posição significa jogar a bola que rebota em um poste ou no travessão depois de ter estado em uma posição de impedimento, ou jogar a bola que rebota em um adversário depois de haver estado em uma posição de impedimento.