Teresópolis, RJ (Folhapress) A seleção brasileira é uma verdadeira panelinha. Do time que precisa de apenas um empate diante do Chile, no domingo, às 16h, em Brasília, para garantir a vaga na Copa, todos os setores são divididos por "chapinhas''. Desde os beques até a dupla de ataque, todos já jogaram ou atuam juntos em clubes e são amigos fora de campo.
"Isto não pode ser uma imposição, mas é bem melhor que seja assim. O trabalho rende muito melhor quando você conta com um amigo ao lado'', disse o atacante Adriano, que era companheiro inseparável de Ronaldo, quando o jogador do Real Madrid morava em Milão, na Itália. A amizade começou quando Adriano foi jogar há cerca de três anos na Internazionale, time de Ronaldo na época.
"Nos conhecemos muito. Agora, só falta termos uma seqüência de jogos para mostramos que funcionamos bem dentro de campo'', disse Ronaldo sobre a dupla, que passou em branco contra a Croácia.
A proximidade dos dois é tão grande que Ronaldo costumava freqüentar a casa de Adriano na Itália para comer os pastéis de queijo feitos pela avó de seu amigo e companheiro de ataque.
No setor esquerdo do time que Parreira vai escalar domingo, Robinho e Roberto Carlos, agora companheiros de Real Madrid, estão sempre juntos na seleção. O lateral-esquerdo foi um dos maiores incentivadores da transferência do amigo para Madri.
Nos primeiros dias de Robinho no novo clube, o lateral foi praticamente o seu guia na capital espanhola. "Ele é um garoto muito alto-astral e sempre é bom dividir o trabalho num clima deste'', afirmou Roberto Carlos.
Ronaldo também é muito amigo de Roberto Carlos e Robinho. Nos últimos dias, ele aproveitou os intervalos dos treinos para ensaiar passos com Robinho para apresentar uma comemoração nova em Brasília, caso marque um gol no domingo.
"Ainda é um segredo, mas vai servir para descontrair'', disse Ronaldo, que sempre ensaia a comemoração ao som do funk carioca.
No setor ofensivo direito da seleção, Cafu e Kaká são companheiros de time o Milan. Os volantes Émerson e Zé Roberto e os zagueiros Juan e Lúcio também já jogaram juntos fora da seleção. Os quatro defenderam o Bayer Leverkusen. Atualmente, apenas Juan joga no clube alemão.
"A amizade é sempre muito importante, mas temos é que trabalhar sério para conseguirmos a classificação. Só a amizade não ganha títulos'', disse Lúcio.
Parreira nunca escondeu que o entrosamento dos atletas que jogam juntos nos clubes ajuda, e muito, na seleção.