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O ano era 1994. René Simões assumiu a seleção da Jamaica e traçou como meta a classificação inédita para a Copa do Mundo da França, quatro anos depois. Descobriu, em um país amador, talento em barmen, carregadores de malas, taxistas, e que era mesmo possível alcançar tal façanha. Hoje, em outubro de 2009, a situação é um tanto diferente, mas o objetivo é o mesmo.

Contratado recentemente pela Costa Rica com a missão de manter a seleção presente no Mundial pela terceira vez consecutiva, o treinador brasileiro pregou cautela em seu discurso. Afinal, nesta quarta-feira, a seleção costarriquenha visita os líderes e já classificados Estados Unidos, em Washington, com a obrigação de vencer para não depender de Honduras na última rodada das eliminatórias da Concacaf.

Qualquer resultado positivo a garante de forma direta na Copa do Mundo. Mas um tropeço pode significar um Equador, Uruguai ou até mesmo a Argentina como rivais na repescagem, já que a seleção hondurenha possui melhor saldo (5 a 0) e enfrenta o eliminado El Salvador.

"O futuro é muito complicado. Temos que falar do presente. A Bolívia era perdida, estava eliminada, mas foi lá e ganhou do Brasil. O treinador vai mudar alguns jogadores, você perde no conjunto, mas vai ganhar na motivação, já que vale o passaporte deles. Mas o pensamento é de ganhar e fazer história. São 23 anos que a Costa Rica não vence os Estados Unidos fora de casa pelas eliminatórias", disse.

Apesar de temidos no continente, a invencibilidade caseira dos vice-campeões da Copa das Confederações não é tão assustadora. O último revés veio no dia 26 de julho, pela final da Copa Ouro, com uma goleada maiúscula do México, por 5 a 0, em East Rutherford. Pelas eliminatórias, um 3 a 2 para Honduras, em 2001.

Adaptação é questão de tempo

Conhecido por contar fábulas motivacionais por onde passa, "Master Mind" ainda não se adaptou totalmente ao espanhol. O "purê de batatas" e a "onça e raposa" deram lugares até a outras línguas na partida contra Trinidad e Tobago, estreia do treinador.

"Foi estranho dirigir em espanhol, embora sempre tenha muito contato nessa região. Várias vezes me peguei falando em inglês ou árabe e tive que parar e pensar. Mas o país é muito bom: não tem exército, nunca teve guerra e a gente dá valor a isso", afirmou.

René Simões está mesmo concentrado em mais uma classificação. Tanto que "não procura gastar energias em outras coisas" senão no jogo decisivo desta quarta-feira. E, para não perder o grupo, teve que tomar uma atitude não muito comum em sua carreira: cortar jogador por ir à praia.

"Foi o Martinez, que joga no Brescia, da Itália. Ele estava sendo esperado no domingo e não apareceu. Na segunda tivemos a informação que tinha chegado no domingo mesmo, inclusive carimbado o passaporte às 5h da tarde, e aí fomos atrás da notícia. Ele acabou indo para um hotel de praia, e se apresentou somente à noite. Agradeci e pedi para que voltasse à Itália, pois se deixo um todos vão querer fazer o mesmo", contou.

Se a partida vale como uma guerra para a Costa Rica, para os Estados Unidos servirá como homenagem ao atacante Charlie Davies, que sofreu grave acidente de carro nesta terça-feira, próximo à capital norte-americana.

México cumpre tabela

Também classificado por antecipação, o México visita o lanterna Trinidad e Tobago apenas para cumprir tabela. E o técnico Javier Aguirre não poderá contar com o zagueiro Rafael Márquez, do Barcelona, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Por opção, o treinador levará somente 18 jogadores para Port of Spain, cidade do jogo.

Confira a última rodada das eliminatórias da Concacaf:

21h05m - El Salvador x Honduras 21h05m - Trinidad e Tobago x México 21h05m - Estados Unidos x Costa Rica

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