A ansiedade na véspera de disputar a partida mais importante com a camisa do Atlético (hoje, às 21h45, no Morumbi) fez o atacante Lima repassar a curta trajetória no Furacão e desabafar: "Foi a pior barra que peguei no futebol. Quando aceitei o convite do Atlético, nunca imaginei que passaria por isso".

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Mesmo quando o goleador do Rubro-Negro vive a sua melhor fase na carreira, muitas vezes as lembranças dos gols decisivos dão lugar às recordações das vaias incontidas e injustificadas do torcedor, do preconceito por um dia ter vestido a camisa do rival Coritiba. Até o presidente do Atlético, João Augusto Fleury, entrou nas provocações quanto ao passado verde-e-branco de Lima. "Esse fator (ter jogado no rival) não me preocupa, pois ele já passou por uma quarentena", afirmou o dirigente, durante a negociação com o meia-atacante.

Com a campanha na Libertadores, o meia-atacante já elegeu a chegada ao Rubro-Negro como novo marco zero da sua carreira. "Eu ia embora para casa num desânimo, não tinha vontade nem de treinar", conta, sobre a situação que, para ele, foi inesperada. "Achei que, por ter deixado o Coxa e ter vindo para cá, eu seria bem recebido. Nunca esperei tanta aversão."

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Mas o apoio da família e as lembranças da infância fizerem o jogador de 23 anos continuar acreditando na volta por cima. E, ao primeiro sinal de trégua do torcedor, ele deu a resposta. Eram 38 minutos da segunda etapa do jogo contra o América de Cáli. O placar marcava 1 a 1 e a vitória era fundamental (se não tivesse acontecido, o Rubro-Negro não teria se classificado).Foi quando, pela primeira vez, o nome de Lima foi gritado por alguns torcedores. Ele entrou e marcou o gol salvador. "Eles (a torcida) já estavam desesperados pelo resultado e acabaram chamando o meu nome. Até me arrepiei e entrei com tudo", lembra.

Mas o jogador só foi se sentir em casa mesmo na partida seguinte, o Atletiba decisivo do Paranaense. Novamente Lima entrou na segunda etapa e mudou o rumo da partida. Além de dar o passe para o gol de Denis Marques, nas cobranças de pênaltis selou o título em cima do antigo clube. "Aquilo facilitou bastante a minha vida", diz, revelando ter esquecido qualquer mágoa há tempos.

De lá para cá, passou de reserva ao mais importante jogador rubro-negro. Marcou dois gols decisivos nas partidas contra o Cerro Porteño, um contra o Santos e dois contra o Chivas, em Guadalajara. E na primeira partida da final, sentiu o preço de ser o goleador da equipe na competição: foi marcado em cima por Lugano e pouco pôde fazer.

Hoje à noite, fez uma promessa de que a história será diferente. "Respeitamos o adversário, eles são os favoritos, mas vamos fazer de tudo para conseguir esse título."