Gastos R$ 550 mil em reformas
Mesmo podendo ser considerado um estádio novo, que quando inaugurado prometia ser um dos mais modernos do Paraná, o Caranguejão já foi obrigado a passar por uma série de reformas.
Apenas na troca do gramado, que de Esmeralda passou a ser Bermuda, nivelamento do sistema de drenagem e no preparo do solo foram gastos R$ 200 mil. Outros R$ 350 mil foram gastos, de acordo com a assessoria da prefeitura, na instalação de sistema de irrigação, readequação do alambrado, revisão do sistema de refletores, construção de dois banheiros públicos, cobertura para novos vestiários e limpeza da pista de atletismo.
Há seis meses, a prefeitura também precisou contratar uma equipe de jardinagem para a manutenção do novo gramado. Entre eles, o jardineiro Jair Bianconi que afirma: "Com o nosso trabalho, pelo menos está tudo sob controle. A grama aqui está verdinha".
Outro integrante da equipe de manutenção, Edivaldo da Silva dá a dica. "Espero que continuem nos contratando para fazer a manutenção do campo. É cuidar que não estraga. Gasta um pouco mais na manutenção, economiza nas obras. Isso se chama prevenção", finaliza. (FL)
Inaugurado em 2004, com custo estimado em R$ 8 milhões, o Complexo Esportivo Fernando Charub Farah - Estádio Caranguejão - chegou a ser considerado uma promessa de prosperidade para o futebol de Paranaguá. Hoje, porém, o local está abandonado, com uma série de problemas e sem receber uma partida de futebol profissional desde 9 de março, quando o Rio Branco foi eliminado do Campeonato Paranaense.
O que pode agravar a situação no Complexo da prefeitura municipal é a vistoria organizada pela Federação Paranaense de Futebol (FPF), marcada para terça-feira. Dependendo do resultado, o Rio Branco poderá encontrar problemas de liberação do Gigante do Itiberê para o Campeonato Paranaense de 2009.
Nas paredes que sustentam as arquibancadas do estádio, em especial atrás dos gols, há diversas as rachaduras, que chegam a ter 4 centímetros de profundidade. A estrutura também fica comprometida na área das cadeiras cobertas e no túnel que segue em direção aos sanitários, onde também existem rachaduras.
Dentro do corredor que liga os jogadores do campo ao vestiário do time local, só mesmo baldes para amenizar as goteiras. Pedaços de telhas do estádio destruídas, água parada, lascas de pedras e entulhos fazem parte do cenário atual do campo. Diante da situação, de acordo o Major do Corpo de Bombeiros de Paranaguá, Edemilson de Barros, a entidade não tem poder de interdição pelos problemas na estrutura do estádio, mas tomou as devidas providências para que haja uma solução.
"Fizemos nossas exigências sobre as questões de segurança para risco de incêndio. Creio que não existam dificuldades para resolver essa situação. Sobre a questão da estrutura, encaminhamos um ofício ao Ministério Público. Agora cabe a eles fiscalizar"?, explica.
Apesar do abandono, quem também está confiante na aprovação do estádio pela FPF é a secretária de Planejamento de Paranaguá, Jozane Baka. Ela indica que a situação está sob controle e o Rio Branco poderá continuar usando o Caranguejão. "O Campeonato Paranaense irá começar apenas em 2009. Estamos começando um processo de licitação para contratar uma empresa que vai dizer quais as reais condições das rachaduras. No restante, é fazer um mutirão de limpeza e estará tudo pronto."
Capacidade diminuída
Apesar de ser inaugurado com capacidade prevista para 20 mil pessoas, no momento o Caranguejão está autorizado pelo Corpo de Bombeiros a receber no máximo 9.070, como explica o Major Barros. "Por causa das dimensões das portas de entrada e saída, é o que podemos autorizar", conta.
Para vereador, estádio é um "elefante branco"
Indignado com as condições atuais do Carangueijão, o vereador Alceu Chaves (DEM) realizou um pronunciamento na Câmara Municipal de Paranaguá e classificou o estádio como "o elefante branco da administração parnanguara". A polêmica em torno das condições do estádio teve início em setembro, quando o vereador recebeu o relatório de uma vistoria realizada em agosto pelo Corpo de Bombeiros de Paranaguá.
Diante das condições e do abandono do estádio, Chaves ficou irritado ao se deparar com uma lista repleta de exigências. Algumas simples, como a sinalização e carga de extintores vencidos, além de manutenção do sistema de iluminação de emergência. Outras mais alarmantes, como a existência de um parecer técnico sobre as rachaduras nas paredes do estádio.
"Veja só as condições em que se encontra o tal do novo estádio. Na inauguração foi tudo um oba-oba. Jogo do Vasco (contra o Paraná), primeira divisão do Campeonato Brasileiro, casa cheia. Hoje temos uma pista de atletismo destruída, um estádio vazio 10 meses por ano e um custo mensal que poderia ser aplicado em obras de saúde, ou até mesmo em escolas"?, lamenta. Apesar de se classificar um rio-branquista fanático, o vereador afirma que desde o início foi contra a construção de um novo estádio. "O Rio Branco já tem a Estradinha, onde joga apenas dois meses no ano. Agora, é justo utilizar verba da educação para massagear o ego do ex-prefeito, que também foi ex-presidente do clube? O máximo que o Mário Roque quis foi sentar na arquibancada, bater no peito e dizer: 'Fui eu que fiz'."
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