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Otimista convicto, após o jogo de ontem o técnico Márcio Araújo pela primeira vez se mostrou abatido desde que assumiu o cargo, há 38 dias. Também pudera. Apesar de ter devolvido a confiança ao time – que chegou a perder oito vezes consecutivas no segundo turno –, ele não conseguiu cumprir o objetivo de manter o Coritiba na Série A.

Foram três vitórias, dois empates e três derrotas com o especialista em motivação no comando. O time até chegou aos 49 pontos, número anteriormente considerado suficiente para evitar o rebaixamento, mas que caiu por terra com o bom aproveitamento dos concorrentes diretos na reta final do campeonato.

"O que dói é não poder dar o presente esperado para a torcida, para as nossas famílias. Ver a tristeza no rosto das pessoas que gostam do clube. Mesmo assim, confesso que não trocaria por nada a oportunidade de trabalhar aqui. Estou num clube que gosto muito", lamentou o treinador, que chegou a colocar em jogo o famoso e impecável penteado na esperança de salvar o Coxa. "Queria até raspar o cabelo, mas infelizmente não foi possível", resignou-se.

Por ter conseguido fazer a equipe voltar a pontuar e entrar na última rodada com chances de escapar da Segunda Divisão, Araújo foi questionado se as possibilidades de salvação aumentariam caso tivesse chegado antes. Mas o técnico se esquivou. "Não sei o que poderia ocorrer. Todos os que estiveram aqui antes tentaram fazer o seu trabalho da melhor maneira possível", contemporizou.

Outra visão sobre o mesmo fato é a de que o treinador assumiu o comando com o time ainda fora do grupo dos quatro últimos – só entrou de fato na zona crítica da tabela após perder para o Corinthians, a cinco rodadas do fim. "Não me sinto derrotado e sim vitorioso por não ter tido medo de assumir a responsabilidade. Foi muito bom os atletas e a torcida terem entendido a minha proposta de trabalho. Agora posso perder muita coisa como profissional, mas ganhei como ser humano, o que depois vai me fazer crescer como técnico também", discursou.

Araújo só não sabe se segue no cargo para assumir a missão de devolver o Coritiba à elite do futebol nacional. "É complicado falar agora. Teremos uma eleição amanhã (hoje) que vai determinar os rumos do clube", explicou, antes de manifestar apoio à candidatura do atual presidente Giovani Gionédis.

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