Abatido e magoado, o agora ex-presidente da Federação Paranaense de Futebol Onaireves Moura ainda não havia digerido, ontem, a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) de manter sua suspensão por seis anos do futebol.
A insatisfação era evidente na voz, apesar de ter admitido que o resultado judicial já era previsto tanto que nem viajou na quarta-feira ao Rio de Janeiro para acompanhar o julgamento. O motivo alegado para tamanho descrédito em uma reviravolta vem em forma de críticas. Moura reclamou muito da condução do processo. Sentiu-se perseguido.
O homem que comandou o futebol no estado por 22 anos promete não descansar até "que a verdade venha à tona". A insatisfação, porém, deve ficar de molho por algum tempo antes de ser transformada em reação.
"Devo pedir a revisão do processo. Mas não tenho pressa", revelou, citando o caso do presidente do Atlético Mário Celso Petraglia, que teve sua punição revista em 1997 por suposto envolvimento com a máfia da arbitragem. A idéia é esgotar as possibilidades na esfera desportiva e, só então, pensar em ir à Justiça comum. "Ainda nem estudei essa possibilidade", garantiu. Ele também informou que considera sua relação com a Federação encerrada e que "comprovar sua inocência seria sair de cabeça erguida".
Auditor do STJD, Marcílio Krieger confirmou que o ex-dirigente tem direito a mais uma oportunidade de escapar da condenação no âmbito esportivo. "Ele tem dois anos para pedir a revisão do processo, mas tem que fundamentar esse pedido apresentando alguma ilegalidade no julgamento ou fato novo que não tenha sido devidamente analisado no tribunal", explicou ele, que faz parte da Comissão de Direito Desportivo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O advogado de Moura, Vinícius Gasparini, mostrou-se mais disposto a não deixar a questão esfriar. A expectativa dele é se reunir com o cliente até segunda-feira para decidir os próximos movimentos.
"Temos que sentar para estudar o que fazer. Existe a possibilidade de entrar na Justiça Comum, mas como pessoa física, sem qualquer relação com a FPF", comentou. Na visão de Gasparini, desta forma os clubes afiliados à Federação não correriam risco de sanção por parte da CBF.
Quanto à Federação, o advogado garante que está descartada a nomeação de um interventor, já que o vice-presidente da entidade Aluízio Ferreira assumiu interinamente o comando com a saída de Moura. Uma eleição entre os vices deve ser realizada até 29 de julho.
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