Ser o melhor do mundo, escrever o nome no famoso Livro dos Recordes (Guinness Book) e superar os limites em um grande desafio. Esse era o trio de objetivos do paranaense Edmar Freitas, que passou 30 horas fazendo abdominais em novembro de 2003, antes do jogo Brasil x Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006. Não deu certo. As 133.916 abdominais renderam apenas uma boa quantidade de dívidas – estimadas hoje em R$ 30 mil – e muita dor de cabeça.

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Mesmo com a homologação por parte da Federação Paranaense de Atletismo, do Conselho de Educação Física do Paraná e da Federação Paranaense de Musculação e Fitness, a marca não foi registrada no Guinness. Culpa de interesses comerciais, segundo ele. "Estava tudo provado. Mandamos o material para Londres e eles não deram bola porque o livro não era mais impresso no Brasil naquela época (a Ediouro comprou os direitos da publicação a partir da edição 2005)", falou.

"Faltou apoio. Na hora todo mundo faz festa, mas depois ninguém me ajudou a pedir a homologação do recorde. Me senti frustrado e abandonado", complementou.

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Os problemas começaram durante o período de preparação para o evento no Pinheirão, quando ele gastava três vezes mais do que arrecadava com patrocínio. "O treinamento saiu mais caro do que eu esperava", admitiu. "Para alcançar esse sonho, tive de abrir mão de muita coisa. Deixei de trabalhar para me preparar. E tem gasto com alimentação, dieta especial, viagem. Muita coisa", disse.

A salvação para o rombo nas economias, para Edmar, era entrar para o Guinness, ganhar credibilidade e buscar novos patrocínios. Sem o aval da publicação anual, ficou à deriva. "Achava que poderia me recuperar depois do recorde", disse. "Ajudei a elevar o nome da cidade e do estado, mas quando fui procurar apoio público, ninguém quis saber", reclama.

Endividado, o paranaense "sumiu" por uns tempos. Uma tentativa desesperada de erguer fundos para acertar as pendências financeiras. "Meus credores devem estar achando que ganhei uma grana e embolsei tudo. Nada. Fiquei realmente sem condições", revelou ele, que já tem data prevista para apagar a incômoda fama de caloteiro: 10 de novembro.

Nesse dia, ele vai participar de um desafio contra o carioca Délson Santos – professor de jíu-jitsu e capoeira. "O evento é grande, será televisionado e tem uma boa premiação em dinheiro", empolgou-se, afirmando que nem pensava mais em quebrar recordes. "Vou fazer isso para limpar meu nome, para pagar todo mundo", explicou.

Para tanto, o professor treina 8 horas por dia. "Já estaria preparado se a disputa fosse hoje, mas sei que o meu adversário também é muito forte", comentou. Mesmo em caso de derrota, Edmar tem garantida uma cota pela participação. "Afinal, eu sou o campeão, né."

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