
Janeiro é sinônimo de férias escolares. É o período em que crianças e adolescentes aproveitam para viajar, descansar e sair com amigos. Assim funciona para os estudantes tradicionais, o que não é o caso da jovem de 16 anos, Sarah Bueno Mendes.
Em pleno início de ano, ela pode ter deixado de lado os livros e cadernos, mas continua indo todos os dias para o colégio. A diferença é que ela não entra na sala de aula, mas na quadra de esportes, onde treina vôlei incessantemente. O esforço tem um bom motivo: o período de avaliações que passará em Saquarema-RJ, a convite da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), entre os dias 25 e 28 de fevereiro, visando à convocação para a seleção brasileira infanto-juvenil.
A ponteira curitibana não quer se apresentar fora de forma e mesmo com a interrupção dos treinamentos na escola, não teve folga e está buscando não perder o ritmo com atividades praticamente solitárias. "Não parei. Estou treinando sozinha e correndo bastante com o meu personal [training]. Já voltei a treinar com bola, mas antes era só preparação física. Tem de ter muita motivação para treinar nas férias", admite Sarah.
A motivação ela não faz questão de manter segredo: tornar-se jogadora profissional de vôlei. "É meu sonho", diz. Para alcançar a seleção, entretanto, sabe que é um caminho bastante complicado e terá de se superar enquanto estiver sendo avaliada. A experiência não é nova, já que esteve em Saquarema no ano passado, mas dessa vez acredita que será mais exigida.
"Vai ser mais difícil porque é seletiva para o Mundial. As meninas são mais competitivas e o nível vai ser muito alto. E vou ter que estar à altura." Para chegar onde está hoje, Sarah não participou de escolinhas na infância. Ela iniciou no vôlei como uma brincadeira, aos 11 anos, no colégio Bom Jesus. Aos poucos passou a se dedicar para valer. "Quando comecei a me apaixonar pelo esporte, levei mais a sério e com treinamentos mesmo", conta a atleta, que se transferiu para o Positivo em 2008, na companhia do seu técnico, Alex Silva.
Este ano não será decisivo apenas em quadra, mas também na sala de aula. É ano de vestibular e, apesar de se dedicar ao vôlei, também pretende cursar a faculdade, sem definir prioridade. "A minha família não deixa ser plano B [a faculdade]", brinca.
Para que consiga fazer tudo bem feito, ela garante que vai se dedicar mais à escola, mesmo com a dificuldade de dar conta de tudo. "É difícil conciliar até porque tenho bastante competição. Tenho de viajar e passo semana fora, perco aula, prova e tenho de fazer segunda chamada e estudar sozinha. Mas vou ter de levar o estudo mais a sério agora."
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