No final da tarde desta quinta-feira (19), na Vila Belmiro, o presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, acompanhado de Neymar e do pai do jogador, em entrevista coletiva, anunciou a permanência do atacante por mais cinco anos no clube, rejeitando uma proposta milionária do Chelsea, da Inglaterra. Um dia depois do anúncio, o empresário da revelação santista, Wagner Ribeiro, afirmou que a permanência do jovem atleta na Vila foi uma decisão do jogador, uma vez que o clube inglês estaria disposto a pagar a multa rescisória prevista em contrato: 35 milhões de euros.
"Tinha a delegação deles (Chelsea) para dizer o valor cheio (total da multa rescisória). Ele só ficou porque quis. Iriam pagar os 35 milhões de euros, mas a única coisa que pesou foi a vontade do jogador. A passagem aérea para Londres já estava marcada para este fim de semana. Particularmente é a segunda vez que tento colocar um jogador no Chelsea e não consigo. O primeiro foi o Robinho. Hoje, até o presidente (do Santos) brinca, era o Brasil contra mim", disse em entrevista ao canal SporTV.
No entanto, Wagner Ribeiro não acredita que Neymar cumprirá os cinco anos de contrato com o Santos:
"Como agente, sinceramente, não acho que ele cumpre o contrato até o final. Depois de três anos, é claro que vou querer vendê-lo. Não ofereço jogador. Os clubes é que me procuram. É obrigação minha, como agente, oficializar qualquer interesse à diretoria do clube que o jogador atua", afirmou.
Questionado sobre a reação dos representantes do clube inglês diante da recusa da oferta, Ribeiro afirmou que eles consideraram Neymar "louco".
Antes do Chelsea, outro gigante do futebol europeu tentou levar o craque, quando ele tinha apenas 13 anos: o Real Madrid:
"Há cinco anos, levei o Neymar para treinar no Real. Ele nem era federado pelo Santos. Ele treinou bem, arrebentou. Os dirigentes fizeram contrato, e levei (a proposta) para a família dele. Só não ficou no Real porque ele chegou para o pai e falou que estava com saudades dos amigos, família. Foi para lá, encantou, e até hoje eles (dirigentes do Real Madrid) me cobram."
Segundo o procurador, tanto o jogador quanto o Santos ficaram felizes com o desfecho da negociação:
"O final foi feliz para todos. O Neymar me confidenciou há tempos que o sonho dele é ganhar uma Libertadores pelo Santos. Sou profissional, trouxe as propostas, uma, duas três. A oferta, em termos econômicos, é chocante. Quem decide é a família, o pai e a mãe. O Santos ganhou, porque o jogador ficou, vai disputar Libertadores, se Deus quiser o Mundial, Copa do Mundo, Olimpíadas. Economicamente perdeu agora, mas adiou um ganho para o futuro. E eu, como profissional, também. Quando nós estávamos acertando os últimos detalhes, falei pra ele: vocês está feliz. Ele me respondeu que sim."
No entanto, o procurador considerou que a renovação com o Santos é arriscada para o jogador do ponto de vista financeiro:
"O salário dele permanece o mesmo durante cinco anos. O que será feito é vender a imagem do Neymar para as empresas que quiserem explorá-las. Mas é algo arriscado, sazonal. Antes da Copa, por exemplo, o Robinho fez cinco comerciais. Depois, caiu. Então devemos ter altos e baixos", afirmou, revelando que o jogador tem direito a 70% do que for arrecado com sua imagem. O restante é do Santos."
Tido como vilão por muitos torcedores do Peixe, que consideram que ele desejava a saída do atleta, Wagner Ribeiro se defende:
"Com o Kaká tive muito problema no São Paulo, com o Robinho também, recebi mil ofensas profissionais e pessoais, até no meu Twitter. Depois de ontem (quinta) me colocam como derrotado. Sendo que lutei por este desfecho", garantiu.