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Alexandre Rocha Loures, ex-dirigente do Atlético e agente Fifa, nega sociedade com Mário Celso Petraglia e garante que são os jogadores que o procuram para trabalhar | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Alexandre Rocha Loures, ex-dirigente do Atlético e agente Fifa, nega sociedade com Mário Celso Petraglia e garante que são os jogadores que o procuram para trabalhar| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

O roteiro era previsível. Alexandre Rocha Loures, ex-diretor de Re­­lações Internacionais do Atlético, agente Fifa e sócio-proprietário da Master Talents, escolheu um hotel no centro de Curitiba para se defender dos ataques feitos pelo atual presidente rubro-negro, Marcos Malucelli.

Logo após o carnaval, Malucelli foi ao estúdio da Rádio Transa­­mé­­rica para, entre outras revelações, acusar Loures de se aproveitar da condição de funcionário do clube (cargo que exerceu até março de 2009) para assediar as revelações da base do Furacão. Como pano de fundo, a recente negociação do lateral-esquerdo Alex Sandro com um grupo de investidores ingleses por 2 milhões de euros – registrado como atleta do Deportivo Maldonado, equipe laranja do Uruguai, o jogador acabou emprestado ao Santos.

Calmamente e com diversos documentos à mão, Loures negou que tenha usado o Atlético para tirar vantagens pessoais. Disse, apenas, que o time do coração "o levou a enveredar por esse caminho", em referência à criação, em sociedade com dois outros ex-funcionários do Rubro-Negro (Pablo Miranda e Rui Paciornik), da Master Talents, empresa de gerenciamento de carreiras de jogadores de futebol, representante de 17 atletas ligados ao clube – Alan Bahia, Valencia, Marcelo e Patrick entre os mais famosos.

"São os jogadores que escolhem com quem querem trabalhar. Oito atletas vieram para a empresa após a minha saída do Atlético, quando já sabiam que não poderia fazer o mesmo trabalho. Quem preferir, tem a opção de não trabalhar conosco", explicou ele, ladeado na entrevista coletiva pelo advogado Rui Paciornik, o único poupado por Malucelli. "Não colocaria o nome em um coisa ilícita ou ilegal, minha família é conhecida na cidade", emendou, com a voz em­­bargada.

O empresário revelou que matinha um contrato de prestação de serviços com o Furacão desde 2003, aceitando um convite do ex-presidente Mário Celso Petraglia, com quem mantém amizade. "Ele não é nosso sócio", ressaltou, negando ter ligações comerciais com o ex-homem forte do Furacão. Loures trabalhava no setor internacional do clube, apesar de a Fifa impedir que agentes tenham cargos em times (o nome de Loures chegou a ser retirado do organograma do Atlético para evitar punições da entidade). Passou a representar jogadores com a anuência da diretoria. "Mas não recebia comissões e nem dava privilégio aos meus atletas", destacou.

Loures deu, ainda, detalhes, da transferência do zagueiro Ronaldo para o Internacional. "Fizeram uma proposta salarial escalonada, de R$ 3 mil, R$ 5 mil e depois R$ 6 mil ao Ronaldo. Ele ganhava R$ 1,8 mil e não aceitou. Fiz uma contraproposta de R$ 8, R$ 10 e R$ 12 (mil), luvas de R$ 50 mil e a participação do atleta em uma futura venda. O clube recusou e disse que aquilo era final. A partir daí o Ronaldo foi colocado para treinar em separado", explicou ele. "Se quiséssemos atrapalhar, não teríamos entrado em acordo para que o jogador fosse liberado imediatamente em troca da participação do Atlético em 20% dos direitos do jogador. Esperaríamos o fim do contrato, em maio, e aí sim negociaríamos com o Internacional".

Já em relação à venda de Alex Sandro, acertada diretamente entre Petraglia (a pedido de Carlinhos Sabiá) e Enio Fornéa (atual vice-presidente rubro-negro), disse que a comissão de 70 mil euros que a empresa recebeu "faz parte das regras do mercado" e que "o Atlético precisou pagar nada".

Por intermédio da assessoria de imprensa do clube, Malucelli avisou que iria ouvir primeiro a entrevista para depois decidir se voltaria a se pronunciar sobre o caso.

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